Primeiro, um investigador do Hospital / Universidade de Genéve, instalado confortavelmente numa cadeira, com um dispositivo (composto por eléctrodos) na cabeça e um computador na sua frente.
Depois, em Coimbra, no Laboratório do Instituto de Sistemas e Robótica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), um pequeno robô.
Este é o cenário para a realização de uma experiência de controlo remoto de um autómato por ondas cerebrais (Brain Computer Interface), com um sistema inovador e fidedigno de interacção entre pessoas e máquinas, a decorrer a partir de amanhã, pelas 10h, no Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da FCTUC.
Esta experiência de avaliação e análise da navegação humana é o resultado de um trabalho científico desenvolvido por cientistas portugueses e suíços ao longo dos últimos três anos no âmbito do projecto Europeu BACS – Bayesian Approach Cognitive Systems, sob a coordenação do investigador Jorge Dias, FCTUC.
O novo interface que permite o controlo remoto de um robô, utilizando apenas ondas cerebrais e a visão, terá, a breve prazo, um forte impacto social porque permitirá às pessoas com deficiências motoras muito graves obter mais autonomia, como explica, em linguagem muito simples, o coordenador da investigação.
“Com um simples e discreto dispositivo de eléctrodos, cidadãos com necessidades muito especiais, por exemplo, tetraplégicos ou acamados, terão autonomia para realizar tarefas quotidianas como atender o telefone, pedir ajuda, abrir a porta ou o frigorífico. Este sistema terá, sem dúvida, grande utilidade social”, referiu Jorge Dias.
Quanto à previsão para a comercialização desta tecnologia, “ o conceito está provado e validado. A grande dificuldade foi garantir precisamente uma interface robusta entre os sinais de comando (dados cerebrais) e o robô”, destacou o docente.
“Alguns cientistas tentaram experiências idênticas, mas sem a confiabilidade desejada para um interface deste tipo. Dentro de cinco anos esta nova tecnologia será mais popular porque é financeiramente atractiva e sem dificuldade de manuseamento”, concluiu Jorge Dias
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