quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Uso sustentável de energia

Os prejuízos ambientais provocados por ações humanas tornaram-se uma das principais preocupações da sociedade atual. Com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância desse tema, a Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS) lançou, em setembro último, o projeto denominado Uso Sustentável de Energia (USE), que envolverá campanha de conscientização, capacitação de técnicos-administrativos e professores de todas as unidades acadêmicas, elaboração do Manual de economia de energia e de uma página virtual. A iniciativa inclui também uma série de projetos, como o do telhado verde, em que as tradicionais telhas para cobrir casas e edificações são substituídas por uma camada de vegetação.

O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e membro da USE Márcio D’Avila adverte que determinar qual o melhor modelo de telhado a ser usado exige a análise de vários aspectos. “Estamos pesquisando diversas espécies de plantas”, conta. “É importante que elas resistam bem aos períodos de estiagem. As flores também são interessantes para atrair a fauna, como os insetos polinizadores (que aumentam a capacidade das plantas de se reproduzir com mais eficiência)”, diz, lembrando que o substrato (composição da terra), o nível de retenção da água da chuva e o peso que cada estrutura arquitetônica precisa suportar são outros itens a serem considerados.

Da telha para o telhado verde
Para mostrar quais os benefícios de substituir a telha comum pelo telhado verde, a Prefeitura Universitária, a Divisão de Obras, a FAU e o Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) da PUCRS desenvolveram três protótipos, cada um deles com diferentes tipos de telhado: o verde, o de fibrocimento e o de zinco.

Segundo D’Avila, com o telhado verde, a temperatura interna da casa permaneceu mais constante. “A cobertura vegetal evita, por exemplo, o surgimento de ilhas de calor nos centros urbanos. Em dias quentes, geralmente evitamos permanecer em locais onde a superfície é composta por materiais que retêm o calor gerado pelos raios solares, como o asfalto, o concreto, entre outros. Já o telhado verde diminui essa retenção de calor”, compara.

Redução dos gastos de energia
Um dos objetivos do USE é reduzir os gastos com a energia elétrica no campus central da universidade. Para isso, o comitê responsável pelo projeto – formado pelas faculdades de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia, além da Prefeitura Universitária e da Divisão de Obras – verifica o consumo em todos os prédios. O diretor do MCT, professor Emilio Jeckel Neto, lembra que o telhado verde reduziu os gastos com o ar-condicionado, pela maior eficiência do equipamento em um ambiente com temperatura estável.

A pesquisa, iniciada em novembro do ano passado, envolve hoje um grande número de unidades acadêmicas. A previsão do comitê é que, nos próximos seis meses, as primeiras experiências com o telhado verde sejam estendidas a todos os prédios do campus.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Os raios cósmicos de alta energia podem matar um astronauta no espaço?

Os raios cósmicos de alta energia podem matar um astronauta no espaço?



Podem, mas a probabilidade de isso acontecer é muito pequena, tão pequena que não deve preocupar os planejadores de viagens espaciais. É muito mais alta, por exemplo, a probabilidade de ser atingido por um micrometeorito com energia suficiente para matar um astronauta.

Os raios cósmicos de baixa energia, que estão por toda parte, porém, são um problema muito sério para as viagens longas, como uma possível viagem para Marte.

Uma pessoa na superfície da Terra recebe uma radiação de origem cósmica constante, algo como uma dezena de raios por segundo atravessando seu corpo. Essa radiação é bastante inócua. No entanto, o fluxo da radiação no espaço é muito maior e potencialmente mais perigoso. Perto da Terra, o campo magnético atenua esse fluxo. Longe, o seu efeito é mais sério.

Raios cósmicos de origem galáctica, com energias de alguns gigaelétron-volts por núcleos, são bastante abundantes e oferecem mais perigo para seres vivos, danificando genes e células. O efeito acumulado desses danos pode inviabilizar as viagens interplanetárias, a menos que sejam desenvolvidos meios de proteger os astronautas.

Por que envelhecemos?

Por que envelhecemos?
Podcast discute os processos biológicos por trás do envelhecimento e os limites da longevidade



Envelhecer com qualidade de vida é uma antiga preocupação dos seres humanos (foto: Carol Garbiano).
O envelhecimento e a morte são uma preocupação da humanidade há milhares de anos. Com o avanço da ciência, nossa longevidade vem aumentando constantemente. O Estúdio CH desta semana aborda os processos biológicos envolvidos no envelhecimento dos seres humanos e discute os limites da longevidade.

Em sua estreia como apresentador do nosso podcast, Fred Furtado conversa com o biólogo Emílio Antônio Jeckel Neto, diretor do Museu de Ciência e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O pesquisador, especialista em biologia do envelhecimento, explica o que leva o nosso organismo a assumir características diferentes à medida que o tempo passa. Segundo ele, isso acontece porque nosso sistema biológico se torna cada vez mais simplificado para desenvolver estratégias para sobreviver a um ambiente em constante modificação.

Jeckel Neto ressalta que há um limite para a longevidade de qualquer ser vivo. Dependendo de suas propriedades intrínsecas para conseguir se adaptar às variações ambientais, os seres alcançam um sucesso maior ou menor no que diz respeito à quantidade de tempo que são capazes de se manter no ambiente.

O biólogo explica que os avanços da ciência em relação à longevidade estão muito mais associados a questões ambientais do que ao organismo em si. A expectativa média de vida aumentou bastante, por exemplo, com o desenvolvimento dos antibióticos e quando os profissionais da área de saúde descobriram que lavar as mãos diminuía o risco de contaminação. Mas não existe uma intervenção científica capaz de aumentar a longevidade máxima do organismo.

Sobre a possibilidade de se intervir nos processos biológicos do corpo para aumentar nossa qualidade de vida, Jeckel Neto diz que esse fator não está associado somente ao indivíduo, mas à sociedade como um todo, que se beneficia da existência de saneamento básico, por exemplo. O biólogo acrescenta que o aspecto individual que mais interfere na longevidade dos seres humanos é a quantidade e a qualidade dos alimentos ingeridos e explica o motivo dessa relação.

Aves em boa forma.

Aves em boa forma
Corujas e gavião passam por treinamento no Pará para caçar melhor, manter o peso e ter saúde


O gavião-caboclo (Buteogallus meridionalis) é uma das aves que recebem treinamento no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (fotos: Pedro Henrique Cruz).
Já ouviu falar em falcoaria? Esse é o nome de uma técnica muito antiga, usada para adestrar aves de rapina, como corujas, falcões, águias e gaviões. Além de tornar esses animais excelentes caçadores, a falcoaria ainda pode ajudá-los a se recuperar de doenças e de lesões, entre vários outros benefícios. Por isso, tem sido usada em aves que vivem no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi.

“O animal que passa por esse treinamento fica menos estressado e mais tolerante à presença humana. Até as penas ganham mais brilho!”, conta o estudante de biologia Marcos Cruz, que atualmente usa a falcoaria para treinar, em parceria com o também futuro biólogo Felipe Furtado e com a estudante de veterinária Carmen Pereira, um gavião-caboclo e duas corujas no Pará.

O gavião tem o que se chama de hipocalcemia: a falta de cálcio no sangue, doença provavelmente provocada pela alimentação inadequada nos primeiros meses de vida, quando a ave viveu em cativeiro ilegal. Já as corujas — uma delas chamada Buba — não possuem problemas de saúde, mas chegaram ao Parque Zoobotânico aos três meses de vida. Com tão pouca idade, dificilmente sobreviveriam sozinhas na natureza, já que não sabiam caçar. Algo que a falcoaria pode ensinar, assim como trazer outros benefícios.

Quantos exercícios!

O estudante de biologia Marcos Cruz e a coruja murucututu conhecida como Buba.
Por funcionar como uma ginástica para aves — ao exercitar todos os músculos do animal —, a técnica ajuda na recuperação de doenças e lesões, além de auxiliar no controle de peso, evitando que aves que vivem em cativeiro se tornem obesas.

O treinamento é feito em cinco etapas. Na primeira, o adestrador — também chamado de falcoeiro — leva alimento, em uma luva, diretamente ao bico do animal. Depois, a ave precisa voar até o falcoeiro para pegar a comida. A seguir, uma isca feita de couro e que imita um bicho de verdade é apresentada, o que estimula os instintos de caça e desenvolve os movimentos da ave. Nas duas últimas etapas, o bicho caça uma presa real. Em geral, as aves de rapina gostam de se alimentar de insetos, ratos, lagartos, serpentes, aves e anfíbios.

Não há um prazo determinado para o fim do treinamento, pois cada animal tem seu próprio tempo de recuperação. No entanto, o esforço é grande. Para você ter uma ideia, o gavião e as duas corujas que estão sendo adestradas atualmente no Museu Paraense Emílio Goeldi chegam a dar entre 30 e 50 voos por treino!

Preconceito, não!
Mas você sabia que, além de fazer bem aos animais, a falcoaria ainda pode ser educativa? “Alguns treinamentos são feitos perto dos visitantes. Assim, os falcoeiros têm a chance de passar informações sobre as aves de rapina e contribuir para o fim do preconceito em relação a elas”, explica Marcos Cruz, lembrando que muitas pessoas maltratam injustamente corujas por causa da crença popular de que o seu canto é sinal de mau agouro. “As corujas urbanas, porém, ajudam a controlar pragas como ratos e pombos”, explica o estudante de biologia. Eis aí uma boa razão para garantir a saúde de aves de rapina como essa, você não acha?

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Como funciona a bala que explode na boca?



Descubra a ciência que existe por trás dessa gostosura!



De laranja, morango, chocolate... Huumm! As balas são tão gostosas... Mas, como qualquer guloseima, as balas são para nos deliciar uma vez ou outra. O excesso, a gente sabe, pode provocar cáries ou causar obesidade. Mas será que existe ciência nas balas? Pode apostar que sim! Agora, por exemplo, você vai saber sobre o tipo que explode na boca.

Bala gostosa e explosiva, alguém aí conhece? Pois vale a pena juntar umas moedinhas para experimentar. Elas não causam qualquer dano à saúde e, na verdade, parecem mais um granulado do que uma bala. O segredo da sua fórmula são cristais de açúcar que guardam bolhas de gás carbônico sob alta pressão.

Mas a bala explosiva contém, ainda, outros ingredientes. Ela é produzida a partir da combinação de alguns açúcares, como sacarose e lactose ou sacarose e xarope de milho. Sua fórmula ainda leva amido, gelatina ou goma – como ágar, alginato, pectina –, ingredientes que ajudam a aumentar a quantidade de gás carbônico aprisionado, além de acidulantes, flavorizantes e corantes. Quanto nome esquisito!

Bom, mas o importante é que, na fábrica, tudo isso é misturado e aquecido sob alta pressão, até que os açúcares passem do estado sólido ao estado líquido. Neste ponto, é que o gás carbônico é adicionado à mistura. Depois, o líquido esfria, ainda sob alta pressão, para deixar as bolhas de gás carbônico aprisionadas no interior do grande torrão de açúcar que se formou.

Quando a pressão é liberada, o tal torrão de açúcar se parte em pedaços bem pequenos, como um granulado. As bolhas de gás carbônico continuam no interior dessas minibalas, que são vendidas em pacotinhos.

Abra um pacotinho desses e deixe o doce entrar em contato com a umidade da sua boca. O açúcar vai se dissolver e... Ploft! Ploft! Ploft! Você vai sentir o estouro das bolhas. O mesmo efeito pode ser conseguido se a bala for mastigada.

A fórmula dos cristais de açúcar explosivos já pode ser encontrada em outros doces, como chicletes e chocolates. Quando puder provar um docinho, experimente uma dessas delícias explosivas!


A primeira bala explosiva foi criada em 1956, pelo químico William A. Mitchell, da empresa General Foods e foi comercializada nos Estados Unidos com o nome de Pop Rock.

Lesmas, caramujos e caracóis.

Você sabe qual a diferença entre esses animais?


(Ilustração: Ivan Zigg).

Todos os três levam a vida devagar. Estamos falando das lesmas, dos caramujos e dos caracóis. Mas você é capaz de distinguir um bicho do outro? Se respondeu “não”, saiba que não está sozinho. Leitora da CHC, a Lucia Helena Ramos é contadora de histórias. Após apresentar uma trama em que o personagem principal era um caracol, ela ouviu a pergunta: qual a diferença entre esse animal, as lesmas e os caramujos? Sem saber explicar, enviou a dúvida para a CHC e nós fomos atrás da solução!

“Lesma, caracol e caramujo são nomes populares atribuídos aos moluscos que pertencem ao grupo dos gastrópodes”, explica a bióloga Inga Veitenheimer Mendes, do Centro Universitário La Salle, do Rio Grande do Sul. Vamos conhecer, então, algumas características de cada animal, para reconhecê-los? Só fique esperto porque, como estamos falando de nomes populares, o bicho que é chamado de lesma em uma região do Brasil pode ser conhecido como caracol em outra e assim por diante!

O corpo das lesmas europeias é cilíndrico, ao contrário do que acontece com as espécies nativas do Brasil (foto: Paul J. Morris).


LESMAS

Em geral, são moluscos sem concha, encontrados no solo, embaixo ou sobre a vegetação rasteira, em hortas, jardins ou matos. No Brasil, há lesmas que são nativas do nosso país e outras que têm origem na Europa: essas, aliás, devem ter chegado por aqui na época do descobrimento, há mais de 500 anos! As lesmas “brasileiras” têm o corpo achatado, enquanto o das europeias é cilíndrico, entre outras diferenças (as européias, por exemplo, apresentam uma concha reduzida, transparente, em forma de unha, encoberta por uma dobra de pele, que parece uma corcunda. As brasileiras, não). E você sabia que, no mar, também há lesmas? Algumas não apresentam concha, enquanto outras, como a lebre-do-mar, têm uma bem pequena, encoberta pela pele. Há, ainda, as que são coloridas e brilhantes!

CARACÓIS E CARAMUJOS

Concha de um molusco do gênero Megalobulimus (foto: Andrea Scauri).

São os moluscos gastrópodes com concha. Encontrados em ambientes terrestres e de água doce, os caracóis, em geral, têm conchas mais frágeis e leves. Já os caramujos, normalmente, são moluscos gastrópodes que vivem no mar e têm conchas maiores, mais espessas e pesadas. O Adelomelon becki, por exemplo, é um dos maiores caramujos da costa brasileira: sua concha pode atingir 60 centímetros de comprimento! Já os moluscos do gênero Megalobulimus, embora sejam terrestres, quando adultos costumam ser chamados de caramujos. Nativos do Brasil, eles têm uma concha espessa, que chega a medir mais de 10 centímetros de comprimento.


Mara Figueira
Ciência Hoje.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Menino de dois anos é comparado a Einstein em teste de QI

Quem vê o menino brincando no jardim pode até não enxergar nada de anormal. Só que ele é um daqueles casos em que as aparências enganam.

Loirinho, olhos azuis, 2 anos e meio de idade, o xodó do papai e da mamãe - corujas assumidos que desde cedo enxergaram qualidades ''excepcionais'' no menino. Aos 4 meses, os pais acharam que Oscar já ria das partes engraçadas das historinhas que ouvia. Com um ano e meio, Oscar teria declamado o alfabeto inteiro. Segundo a mãe, nessa época ele já dominava um vocabulário de 600 palavras - cerca de 30 vezes mais do que o normal. Quando tinha apenas um ano e oito meses de idade, Oscar acordou durante a madrugada e chamou pelos pais. Eles pensaram que o filho estava com fome. Mas o que ele queria era conversar sobre o Império Romano. Foi aí que os pais perceberam que tinham um filho pra lá de especial. A mãe, que é formada em ciências médicas, e o pai que estudou ciências da computação, contam que foi uma surpresa atrás da outra. Antes dos 2 anos, Oscar já explicava, detalhadamente, como nascem os pinguins e como é formado o sistema solar. Também sabia de cor os nomes de dezenas de pássaros britânicos. “Ele fala sobre tudo e fala muito rápido”, confirma o pai, sem esconder o orgulho que sente do filho. Quem vê o menino brincando no jardim pode até não enxergar nada de anormal. Só que ele é um daqueles casos em que as aparências enganam. Pelo menos é o que atestou o Mensa, o conceituado instituto internacional de avaliação mental. Em um teste de QI (que avalia o nível de inteligência), Oscar fez 160 pontos, a mesma pontuação de gênios como Albert Einstein, por exemplo. “O QI médio da população é sempre 100. Existe uma banda de variação entre 85 e 115. Então, a grande maioria dos indivíduos de uma população vai ficar entre 85 e 115. Acima desse valor já é considerado um QI que tende a ser alto”. O teste aplicado em Oscar é especial para crianças da idade dele. Perguntas e respostas simples e provas de raciocínio. O que surpreendeu os pesquisadores do Instituto Mensa não foi só a agilidade do menino, mas seu poder de organizar as idéias e até formar opinião própria. No jardim, eu pergunto o que ele espera ganhar no Natal. Oscar diz que só não quer uma árvore enfeitada porque é contra o corte de árvores... Mas, então o que quer ganhar do Papai-noel? “Quero amigos, outras crianças com quem eu possa brincar e falar”, conta. A mãe de Oscar explica: “o menino se sente deslocado entre os amiguinhos da mesma idade. Outro dia, ele comentou na escolinha que não gostou do final do filme 'A bela e a fera’ porque a fera virou um ser humano. Ele preferia a fera como fera. Deu pena. Oscar se sentiu ignorado”. “Uma das dificuldades que a criança de QI alto pode encontrar é de integração com seus pares da mesma faixa etária, já que os seus interesses podem não ser compatíveis com o dessas crianças da mesma faixa etária. Não só isso, mas sua capacidade de compreensão de determinadas cenas, de determinados acontecimentos pode ir além das outras crianças, o que pode causar inclusive desavenças”. É por isso que os pais estão preocupados. Eles sabem que têm nas mãos uma missão delicada. Criar Oscar como ele é, ou seja, um menino especial. Garantir que ele tire o máximo proveito da inteligência que tem e que seja feliz, na infância e também quando se tornar um adulto.

sábado, 17 de outubro de 2009

Aroeira é utilizada no pós-parto e na higiene íntima da mulher

Árvore tem tradição na medicina popular do Nordeste. Horta medicinal ajuda brasileiros a trocar remédios químicos por naturais.

As civilizações mais antigas já buscavam na natureza os remédios para curar suas doenças. Mas a imensa farmácia que brota na terra não oferece matéria-prima apenas para fazer pomada, xarope, tintura, elixir, sabonete. Em verso, fica mais fácil ensinar que a aroeira do sertão cura ferida e inflamação. E, mais do que uma rima, essa é uma verdade científica.

A aroeira foi a primeira árvore a ganhar versos. A musa inspiradora é alta, forte e tem uma tradição importante na medicina popular do Nordeste: é uma das plantas de uso mais frequente e mais antigo entre as mulheres. Utilizada na higiene íntima e no pós-parto, a aroeira ganhou amparo científico e hoje os médicos já

Da poderosa planta são extraídos dois medicamentos. "Um é um xarope, que nós chamamos de elixir. O segundo é uma pomada para problemas ginecológicos", diz o doutor em agronomia Sérgio Horta Mattos, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Outro remédio cantado em verso e prosa é o alecrim. Da folha é extraído um óleo essencial, onde está concentrado o princípio ativo: o timol, um poderoso antisséptico natural. A planta é usada na fabricação de três produtos. "Fazemos um antisséptico bucal; um sabonete, que serve para problemas de pele; e também uma tintura, que tem função antisséptica para ferimentos", conta Sérgio Horta Mattos. O alecrim combate uma série de problemas de pele e outros que incomodam bastante. É bom para acabar com a frieira e até o chulé. "Pano branco, impinge, frieira, mau cheiro dos pés, das axilas, para acne, seborreia, caspa", descreve o doutor em agronomia. Aroeira, alecrim, confrei. O povo já sabia e a ciência só confirmou. Hoje as mudas das 40 plantas mais usadas na medicina popular são repassadas para cerca de 50 Farmácias Vivas no Ceará, uma retribuição aos ensinamentos colhidos em aldeias, quilombos, junto a rezadeiras, curandeiros, aos moradores mais antigos do interior. "A informação era sistematizada, e as plantas eram selecionadas para estudo", diz a engenheira agrônoma Francisca Simões Cavalcanti, da UFC. Professora da UFC e doutora em química de produtos naturais por profissão e poeta por vocação, Mary Anne Bandeira, há mais de 20 anos se dedica a estudar e a propagar o uso das plantas medicinais. Ela coordena o Projeto Farmácia Viva, que leva medicamentos naturais e ensina o poder das plantas aos cearenses. "Nós cientistas aprendemos muito mais do que ensinamos", avalia a cientista, que teve um excelente professor. É impossível falar sobre plantas medicinais no Ceará e no Nordeste brasileiro sem mencionar um pioneiro, um semeador de conhecimentos extraídos da natureza desde os anos 60: o professor Francisco José de Abreu Matos deixou para sempre o nome gravado entre os grandes pesquisadores que souberam aliar a ciência à sabedoria popular. O professor Matos morreu há um ano. Da terceira geração de farmacêuticos, ele plantou a semente das Farmácias Vivas que hoje estão em 28 municípios do Ceará e servem de modelo para o país. O horto matriz, único banco de plantas medicinais do país, também é herança do professor Matos. No local, cada planta tem a certificação botânica: a garantia de que foi cientificamente identificada e os efeitos das substâncias ativas foram comprovados. "Eu costumo dizer que o horto matriz foi o casamento feliz entre o saber popular e o saber científico", constata Francisca Simões Cavalcanti. A mais recente Farmácia Viva foi implantada em uma das comunidades mais pobres da capital cearense, no bairro Jangurussu, periferia de Fortaleza. As crianças cuidam dos canteiros, onde cerca de 800 famílias da região podem buscar as plantas com efeitos medicinais. Muita eficácia e baixíssimo custo. Os moradores vibram com a novidade. "O remédio da Farmácia Viva é muito melhor do que o da farmácia comum porque a gente faz com as próprias mãos e dá resultado", comenta a dona de casa Maria Lucimar Teixeira. Em Horizonte, município da Região Metropolitana de Fortaleza, as plantas medicinais encontraram um terreno fértil. Os canteiros se multiplicam por quatro hectares, onde crescem dezenas de espécies diferentes. A matéria-prima dá e sobra para manter o pequeno laboratório. No local são fabricados 14 tipos de produtos fitoterápicos. Todas as fórmulas foram desenvolvidas pela UFC. Mas os pesquisadores enfrentam um novo desafio: quando a ciência comprova o poder das plantas, a natureza mostra que está seriamente ameaçada. Os pesquisadores já deram o sinal de alerta: o país com uma das maiores biodiversidades do mundo corre o risco de ver desaparecer de suas matas algumas das principais plantas medicinais. É o caso da aroeira, que já foi muito comum por todo o semiárido brasileiro, principalmente na Caatinga, e hoje está em extinção. A fama da árvore – de madeira pesada e resistente, muito usada na construção de casas e na fabricação de móveis – foi como uma sentença para a aroeira. Se a árvore sumiu das matas, o remédio é plantar. Agrônomos foram convocados para estudar o ciclo da aroeira e ensinar a cultivar as mudas. "Nós desenvolvemos uma tecnologia que não precisa de duas coisas. Primeiro, esperar que a aroeira vire uma árvore, o que demora cerca de 20 anos. Segundo, não vamos matar a planta de forma nenhuma", revela Sérgio Horta Mattos. Os cientistas descobriram que o princípio ativo encontrado na entrecasca da aroeira é o mesmo que está no broto da planta. "Essas substâncias têm um poder antiinflamatório e adstringente muito grande. E essas mesmas substâncias estão na mesma concentração do broto", diz Sérgio Horta Mattos. E pensar que outras plantas que a ciência nem sequer estudou já estão ameaçadas. "É um exemplo importante. Outras árvores como o cumaru e o juazeiro também estão nesta lista das plantas vulneráveis ou extintas", alerta Mary Anne. Para a aroeira ameaçada depois de tanto socorrer a população, os versos de agradecimento: "Aroeira do sertão, em nossas mãos servistes de experiência. Agora tu és ciência, a ti a nossa gratidão", declama a doutora em química.

Copaíba é nova aposta da medicina fitoterápica

Remédio popular usado contra mais de 50 tipos de doenças, o óleo de copaíba ganhou respaldo científico. Substância combate leishmaniose, câncer, bactérias e inflamações.


Conhecimento cientifico significa aventura no meio da Floresta Amazônica. A Reserva Ducke é uma espécie de laboratório vivo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). No caminho em busca da copaíba dá para entender por que a Amazônia é chamada de farmácia viva. "O principal uso do breu é para dor de cabeça. Eles fazem um tipo de incenso e usam para dor de cabeça", conta o pesquisador Valdir Veiga Jr., da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O leite-de-amapá cura até tuberculose. É docinho e tem gosto de leite. Mas e a copaíba? Depois de três horas, chega-se a uma das matrizes. "Atualmente temos um método de extração em que furamos até o centro da árvore, coletamos o óleo e depois colocamos um cano de PVC. Fazemos uma rosca em cada uma das extremidades e acoplamos na árvore. Assim, na próxima coleta, não precisamos furar de novo. Isso protege a árvore contra a entrada de agentes causadores de doenças, como fungos e cupins", explica a pesquisadora Raquel Medeiros, do Inpa. As copaibeiras estão dispersas pela mata, mesmo em uma área onde a espécie é abundante, as árvores podem estar até um quilômetro distantes umas da outras. O óleo produzido lá dentro é um mecanismo de defesa contra pragas naturais, como cupim. É como se a árvore fabricasse o próprio remédio. Entender a dinâmica das copaibeiras, como elas crescem e se desenvolvem, é o primeiro passo para preservar a espécie. Afinal, ela vem demonstrando ser uma importante matéria-prima para a ciência. "Temos encontrado substâncias muito interessantes nas cascas, como o ácido betulínico, que está em fase de testes para o tratamento do vírus HIV", revela Valdir Veiga Jr. Remédio popular usado contra mais de 50 tipos de doenças, o óleo de copaíba ganhou respaldo cientifico. Na Ufam, o professor Valdir Veiga Jr. coordena um grupo que estuda há dez anos os benefícios desse óleo valioso. "Já conseguimos comprovar atividade contra leishmaniose. Algumas copaíbas têm efeito antimicrobiano e um dos principais achados foi a atividade anticancerígena", diz. Mas atenção: nem todos os óleos de copaíba são iguais "Os óleos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais não têm a mesma composição química e, portanto, não vão ter as mesmas ações farmacológicas do óleo da região de Manaus, por exemplo. Mas existe uma atividade comum a todas as espécies de copaíba: a ação antiinflamatória", explica o pesquisador. Antiinflamatório poderoso que a mãe da funcionária pública Mary Jane Almeida receitava para a filha, que cresceu e começou a receitar para seus filhos. O remédio está logo na cozinha. Afinal, o tratamento é à base de óleo de copaíba. "De manhã, o tempo é muito curto para fazermos várias coisas. Deixamos uma bancada com o óleo à mão para fazer o que tem que ser feito e não deixar de dar a gororoba, como nos chamamos", conta Mary Jane. E para onde vai a "gororoba"? As crianças se animam, mas logo a empolgação acaba. O remédio é eficaz, mas o método um pouco aflitivo: é preciso passar o dedo com uma gaze embebida no óleo na garganta. E nem os adultos escapam. "A copaíba tem um gosto forte, mas não é tão incômodo assim. O pior é a maneira de passar", diz a enfermeira Andréa Rodrigues. "Funciona mesmo. Em dois ou três dias já estamos bem. É ruim, mas vale a pena. Se não valesse, não deixava enfiarem o dedo na minha garganta". Bom para garganta e breve será um poderoso tratamento para os dentes. Pesquisadoras da Ufam descobriram que a copaíba pode ser usada na composição de produtos odontológicos. A proposta das cientistas é usar a copaíba no tratamento de canal que, segundo elas, vai ficar mais eficiente e barato. "O tratamento chega a ficar seis vezes mais econômico", calcula a pesquisadora Ângela Garrido, da Ufam. Com um futuro tão promissor, a copaíba tem conquistado aliados importantes. "Naquele tempo eu não tinha esclarecimento e derrubava muita madeira sem necessidade. Daqui para frente eu quero é preservar", afirma o agricultor Serafim de Abreu. Plantar ao invés de desmatar. Seu Serafim sabe o bem que está fazendo. Ele é voluntário de um projeto do Inpa que incentiva o replantio de árvores em áreas desmatadas de um assentamento agrícola. Sozinho, ele limpa o terreno e espanta lembranças do passado. "Quanto mais eu encher toda a área que eu desmatei melhor para mim", diz. Plantando copaíba junto com a lavoura, em lugar de pouca ou nenhuma sombra, ele tem surpreendido os pesquisadores, que acompanham, entusiasmados, o crescimento das árvores de seu Serafim. Quando chegaram, as mudas tinham pouco mais de um palmo. Três anos depois, estão com mais de 1,80 metro. Na floresta as árvores atingem mais de 30 metros de altura. Só vão produzir o óleo na fase adulta, daqui a cerca de 30 anos. O que levam alguém a gastar tempo e suor em um investimento a tão longo prazo? "Plantar pau-rosa, amapá, copaíba é uma caderneta de poupança para o futuro. Eu pensei muito isso. Não plantei mais porque não tinha muda. Se mais eu tivesse, mais teria plantado", finaliza seu Serafim.

Caju se transforma em poderoso cicatrizante

Película feita a partir do suco da fruta é indicada para queimaduras e feridas. Pesquisadora revela os segredos da medicina popular e ensina quem não tem dinheiro a colher remédios no quintal.


Uma paisagem tropical. Quem olha, percebe logo uma fruta bastante conhecida de todos os brasileiros, saborosa, rica em vitamina C e ferro. Mas o que nem todo mundo enxerga no caju é um poderoso tratamento natural, já confirmado pela ciência, que recebeu o nome de acajumembrana: uma película feita a partir do suco de caju, indicada para queimaduras e feridas.

"Foi um remédio muito bom que purificou e sarou", conta a dona de casa Valdete de Andrade Cavalcanti, que há pouco mais de dois meses mal conseguia andar. Sofria com um ferimento crônico, provocado pelas varizes. Foi diariamente ao hospital, para fazer curativo, durante dois anos, sem resultado. A vida dela mudou depois do tratamento natural. Ela conta que em menos de dois meses o ferimento fechou com a acajumembrana.Além de dona Valdete, outras 45 pessoas já se trataram com a película natural do caju, que tem propriedades cicatrizante, antiinflamatória e analgésica. A acajumembrana foi descoberta pela pesquisadora Salete Horácio da Silva, professora da Faculdade de Enfermagem de João Pessoa, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que há mais de 20 anos se dedica a descobrir e comprovar cientificamente o poder das plantas. "Leva de 15 dias a um mês para ficar pronto. É um processo natural da fermentação", diz. O processo tem de ser no laboratório, mas a aplicação é simples. É só cortar a película do tamanho que quiser e colocar em cima do machucado. A membrana do caju vai aderir como uma segunda pele. E o melhor de tudo: não pesa no bolso. "É uma economia estupenda no bolso do usuário, porque uma pomadinha custa entre R$ 15 e R$ 20, e isso aqui praticamente fica de graça", ressalta a pesquisadora, que não pretende ganhar dinheiro com a descoberta. O tratamento é distribuído de graça para as pessoas mais necessitadas, que contribuem doando matéria-prima, ou seja, caju. "Do cajueiro, tudo se aproveita – desde a raiz até a folha mais novinha. A folha mais tenra serve para afta. É preciso fazer uma infusão e bochechar. A raiz serve para problemas intestinais e respiratórios. A casca serve para tosse", descreve a pesquisadora. De chá a pasta de dente, muitas riquezas são extraídas dessa árvore, que já foi muito disputada. "Os índios faziam guerras para ocupar os espaços onde havia mais cajueiros, para festejar, casar, brincar", conta Salete Horácio da Silva. Muito antes de o Brasil ser descoberto, os índios potiguara habitavam o litoral da Paraíba, onde permanecem até hoje e guardam com eles um conhecimento ancestral sobre o uso da plantas medicinais. É esse saber popular, repassado de geração em geração, que despertou o interesse dos pesquisadores que têm muito o que aprender com os índios. E foi justamente em uma aldeia potigara que a professora Salete Horácio da Silva descobriu a acajumembrana, dez anos atrás. Hoje ela retorna uma vez por semana para distribuir remédios caseiros e ensinar princípios básicos de saúde e higiene. Mas, acima de tudo trocar, experiências. "À medida que conversamos com o povo aprendemos e ensinamos", diz a pesquisadora. A casa da índia potiguara Lenita da Silva, mulher do cacique Vicente, funciona como ponto de encontro dos moradores. No local, gente simples, sem condições de comprar medicamentos convencionais, se reúne para aprender com a pesquisadora. "Mastruz é bom para tosse", ensina. A sabedoria desse povo é herdada junto com muitas tradições. O costume é antigo e em quase toda casa da aldeia se encontra um cantinho com ervas medicinais. É como se fosse uma pequena farmácia, sempre ao alcance dos moradores. Dona Lenita põe para secar as plantas que ela mais usa junto à imagem de Jesus Cristo. "A flor da sabugueira é para febre; o feijão-gandu, para tosse; a colônia, para depressão", relata. Quando recebe visita, dona Lenita costuma ir para a cozinha fazer um chá. "Chá de hortelã miúda é bom para digestão e abre o apetite. Eu acredito no efeito curativo das plantas. Se não fossem minhas plantas, não sei o que seria de mim. Planta é um santo remédio, nunca há de faltar na minha casa. Em todo canto eu planto", diz. Para Salete Horácio da Silva, essa comunhão entre os conhecimentos popular e científico virou uma missão de vida. "Eu tenho admiração pelos índios, porque eles amam a natureza. Eu dou minha vida por isso. Eu vivo para isso. Essa é a minha missão", conclui.

Laranja combate o colesterol

Cientistas acreditam que, além da fruta, o repolho roxo, a uva e o urucum seriam detergentes naturais para limpar o sangue. Pesquisadores descobrem planta contra as rugas e o envelhecimento.


A Universidade Federal de Viçosa (UFV) foi inaugurada em 1926. Além de estimular o conhecimento, se transformou em forte aliada do desenvolvimento agrícola de Minas Gerais. Há 20 anos começou a se destacar também nas pesquisas na área da saúde. Hoje está entre os centros mais importantes de estudos do Brasil. Como é rica a farmácia da terra estudada na UFV. "De frutos cítricos, como a laranja, nós extraímos um flavonóide denominado naringina. Ele serve para reduzir gordura e açúcar no sangue. Baixa tanto o colesterol quanto diminui o diabetes. Temos pesquisas na fase pré-clínica, com animais de laboratório, e na fase clínica, com humanos, comprovando seus efeitos", afirma a doutora em ciência Tania Toledo de Oliveira, da UFV. Além da laranja, o repolho roxo e a uva, seriam os detergentes naturais para limpar o sangue? Os cientistas acreditam que sim. Já conseguiram extrair da uva e do repolho roxo uma substância que reduz em mais de 70% a gordura no sangue. E mais outra grata surpresa: o urucum também pode ajudar a combater o colesterol ruim. "A população, naturalmente, já consome essa substância em grandes quantidades em algumas regiões, principalmente Norte e Nordeste, e ela tem esse efeito benéfico", comenta Tania Toledo. E as novidades ainda mais surpreendentes estão para ser anunciadas pela equipe da doutora Tânia Toledo. "Nós temos pesquisas com mais oito medicamentos para câncer, diabetes e nível alto de colesterol no sangue", revela. Outra conquista está para ser anunciada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A substância que pode se transformar em remédio é uma casca encontrada em mangues. Até agora, os testes feitos em animais comprovaram que no caso de úlcera gástrica o resultado do mangue vermelho é o mesmo do tratamento convencional, aquele que utiliza medicamentos já conhecidos. Só que existe uma diferença muito importante: a dose para a cura da úlcera é 60 vezes menor. "Sabemos que quanto maior a dose utilizada de determinado medicamento maior é a quantidade de efeitos colaterais possíveis. No caso do mangue vermelho, nós usamos doses extremamente baixas. Portanto, a chance de encontrarmos efeitos colaterais acaba sendo menor", esclarece a doutora em farmacologia Alba Monteiro, da Unicamp. Desde 2006 o mangue vermelho vem sendo estudado pelos pesquisadores da Unicamp. Os testes em humanos devem começar em breve. "O conhecimento popular conta em todas as fases. É um bem extremamente valioso. O que fazemos não é questionar o conhecimento popular, e sim reconhecê-lo", ressalta o biólogo Felipe Meira de Faria, da Unicamp. Dizem que a natureza é pródiga. E as plantas confirmam o poder ela tem. Até para nos deixar mais jovens. A pariparoba, uma planta nativa da Mata Atlântica, está tendo suas qualidades cientificamente comprovadas pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). "Na luz verde, conseguimos ver uma mancha escura. É um composto antioxidante já conhecido da pariparoba. Ela não é um filtro solar, e sim um antioxidante. Precisamos 25 vezes menos desse extrato do que da vitamina E para fazer a mesma reação", explica a doutora em farmácia Cristina Dislich Ropke, da USP. E os cientistas nos alegram: com a paribaroba, também conhecida como caopeba ou água-xima, quem sabe podemos encontrar a fonte da juventude um adeus às rugas?

Maior parte do cérebro é composta por água


Líquido cranial é um condutor de nutrientes e uma almofada de proteção contra choques.


Nesta sexta-feira (9), o Globo Repórter revelou a mais perfeita de todas as máquinas. Seria criação divina? Resultado da evolução das espécies? Não importa: nosso corpo é o mais complexo mecanismo já conhecido. O vermelho é igual para todos? Esta é uma pergunta para a qual a ciência ainda não tem resposta. Mas um fato é indiscutível: somos capazes de captar e definir um milhão de cores. Você sabia que 77% do nosso cérebro são pura água? O líquido cranial é um condutor de nutrientes e uma almofada de proteção contra choques. Nascemos com 300 ossos e chegamos à vida adulta com pouco mais de 200. Nosso esqueleto é leve como alumínio, duro como aço e mais forte que o concreto. Se as nossas fibras nervosas fossem esticadas, mediriam cem mil quilômetros e dariam duas voltas e meia ao redor da Terra. Esses e outros mistérios foram explicados no documentário "A máquina do corpo", uma produção canadense que o Globo Repórter exibiu com exclusividade na TV aberta do Brasil. Por motivos contratuais, o conteúdo do programa não pode ser publicado na internet.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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Lesmas, caramujos e caracóis

Você sabe qual a diferença entre esses animais?


Todos os três levam a vida devagar. Estamos falando das lesmas, dos caramujos e dos caracóis. Mas você é capaz de distinguir um bicho do outro? Se respondeu “não”, saiba que não está sozinho. Leitora da CHC, a Lucia Helena Ramos é contadora de histórias. Após apresentar uma trama em que o personagem principal era um caracol, ela ouviu a pergunta: qual a diferença entre esse animal, as lesmas e os caramujos? Sem saber explicar, enviou a dúvida para a CHC e nós fomos atrás da solução! “Lesma, caracol e caramujo são nomes populares atribuídos aos moluscos que pertencem ao grupo dos gastrópodes”, explica a bióloga Inga Veitenheimer Mendes, do Centro Universitário La Salle, do Rio Grande do Sul. Vamos conhecer, então, algumas características de cada animal, para reconhecê-los? Só fique esperto porque, como estamos falando de nomes populares, o bicho que é chamado de lesma em uma região do Brasil pode ser conhecido como caracol em outra e assim por diante!






LESMAS






Em geral, são moluscos sem concha, encontrados no solo, embaixo ou sobre a vegetação rasteira, em hortas, jardins ou matos. No Brasil, há lesmas que são nativas do nosso país e outras que têm origem na Europa: essas, aliás, devem ter chegado por aqui na época do descobrimento, há mais de 500 anos! As lesmas “brasileiras” têm o corpo achatado, enquanto o das europeias é cilíndrico, entre outras diferenças (as européias, por exemplo, apresentam uma concha reduzida, transparente, em forma de unha, encoberta por uma dobra de pele, que parece uma corcunda. As brasileiras, não). E você sabia que, no mar, também há lesmas? Algumas não apresentam concha, enquanto outras, como a lebre-do-mar, têm uma bem pequena, encoberta pela pele. Há, ainda, as que são coloridas e brilhantes!









CARACÓIS E CARAMUJOS






São os moluscos gastrópodes com concha. Encontrados em ambientes terrestres e de água doce, os caracóis, em geral, têm conchas mais frágeis e leves. Já os caramujos, normalmente, são moluscos gastrópodes que vivem no mar e têm conchas maiores, mais espessas e pesadas. O Adelomelon becki, por exemplo, é um dos maiores caramujos da costa brasileira: sua concha pode atingir 60 centímetros de comprimento! Já os moluscos do gênero Megalobulimus, embora sejam terrestres, quando adultos costumam ser chamados de caramujos. Nativos do Brasil, eles têm uma concha espessa, que chega a medir mais de 10 centímetros de comprimento.

Como funciona a bala que explode na boca?


Descubra a ciência que existe por trás dessa gostosura!


De laranja, morango, chocolate... Huumm! As balas são tão gostosas... Mas, como qualquer guloseima, as balas são para nos deliciar uma vez ou outra. O excesso, a gente sabe, pode provocar cáries ou causar obesidade. Mas será que existe ciência nas balas? Pode apostar que sim! Agora, por exemplo, você vai saber sobre o tipo que explode na boca. Bala gostosa e explosiva, alguém aí conhece? Pois vale a pena juntar umas moedinhas para experimentar. Elas não causam qualquer dano à saúde e, na verdade, parecem mais um granulado do que uma bala. O segredo da sua fórmula são cristais de açúcar que guardam bolhas de gás carbônico sob alta pressão. Mas a bala explosiva contém, ainda, outros ingredientes. Ela é produzida a partir da combinação de alguns açúcares, como sacarose e lactose ou sacarose e xarope de milho. Sua fórmula ainda leva amido, gelatina ou goma – como ágar, alginato, pectina –, ingredientes que ajudam a aumentar a quantidade de gás carbônico aprisionado, além de acidulantes, flavorizantes e corantes. Quanto nome esquisito! Bom, mas o importante é que, na fábrica, tudo isso é misturado e aquecido sob alta pressão, até que os açúcares passem do estado sólido ao estado líquido. Neste ponto, é que o gás carbônico é adicionado à mistura. Depois, o líquido esfria, ainda sob alta pressão, para deixar as bolhas de gás carbônico aprisionadas no interior do grande torrão de açúcar que se formou. Quando a pressão é liberada, o tal torrão de açúcar se parte em pedaços bem pequenos, como um granulado. As bolhas de gás carbônico continuam no interior dessas minibalas, que são vendidas em pacotinhos. Abra um pacotinho desses e deixe o doce entrar em contato com a umidade da sua boca. O açúcar vai se dissolver e... Ploft! Ploft! Ploft! Você vai sentir o estouro das bolhas. O mesmo efeito pode ser conseguido se a bala for mastigada. A fórmula dos cristais de açúcar explosivos já pode ser encontrada em outros doces, como chicletes e chocolates. Quando puder provar um docinho, experimente uma dessas delícias explosivas!
A primeira bala explosiva foi criada em 1956, pelo químico William A. Mitchell, da empresa General Foods e foi comercializada nos Estados Unidos com o nome de Pop Rock.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

FOTOSSÍNTESE UM PROCESSO FASCINANTE



A fotossíntese é um processo que ocorre nos seres autótrofos (plantas e algas), pelo qual esses seres obtem seu alimento; fotossíntese é uma reação que pode ser descrita quimicamente por:


6CO2+6O2+energia luminosa => C6H12O6+6O2.


E pode ser descrita biologicamente em 2 fases:


Reações (fotoquimicas) da fase do claro:




a) Fotólise da água: nessa reação a água é "quebrada" em óxigênios, que se desprendem, e hidrogênio, que são capturados por uma substância aceptora: NADP (similar ao NAD da respiração) o NADP é o fosfato inorgânico.




b)Fotofosforilação: ADP+P transforma-se em presença de luz em ATP.




Reações (enzimática) da fase do escuro:




É nessa fase que o CO2 vai ser reduzido a glicose pelos hidrogênios, que o NADP captou na fase do claro. Como se trata de uma reação endotérmica (que capta luz), a energia será fornecida pelo ATP produzido na fase do claro.


Obs: Veja que para a fase do escuro ocorrer, houve necessidade de CO2, de NADPH2, e de ATP, estas duas ultimas substâncias são resultado da fase do claro. Em condições normais portanto, a fase doescuro depende integralmente da realização da fase do claro.




Introdução da fase do claro:


É a quebra da molécula quando exposta à luz, havendo o desprendimento de oxigênio pelos cloroplastos isolados. Essa reação é chamada de "reação de Hill", porque foi descoberta por Robin Hill, em 1937.O desprendimento de oxigênio só é obtido quando é adicionado na mistura um aceptor de hidrogênio, que pode ser quinona ou indofenol.


Essa fase pode ser descrita quimicamente como:


2 H2O+ 2 X=> 2 H2X+O2


Onde X representa o aceptor de hidrogênio.


No entanto, Hill não sabia qual era a substância aceptora; hoje sabe-se que é NADP (NAD+ácido fosfórico).Atualmente a reação quimica da fase do claro é:


2 H2O+2 NADP+ luz=> 2NADPH2+O2.




Fosforilação acilica:


Quando cloroplastos isolados são iluminados, fornecendo-se a eles ADP e fosfato, ocorre a síntese de ATP. Este processo foi denominado fosforilação fotossíntética, ou fotofodforilação.


Deste modo, é através de processos de fotofosforilação que pode ser acíclica ou cíclica, que a energia luminosa do Sol é transformada em energia química, que fica armazenada nas moléculas de ATP.


Quando moléculas de clorofila e outros pigmentos fotossintetizantes recebem energia luminosa, perdem elétrons. Isto porque a luz excita os elétrons, que pulam para fora da molécula.


Ao se isolar moléculas de clorofila em solução e iluminá-las, haverá fluorescência, porque os elétrons excitados pulam para um nível energético superior e ao retornar ao níve anterior (clorofila), liberem a energia luminosa absorvida. O mesmo não ocorre quando se fornece luz a cloroplastos inteiros, pois os elétronss excitados são captados por uma substância aceptora de elétrons.




Fosforilação cíclica:


Na fotofosforilação cíclica, assim como acíclica, há formação de ATP, que é muito importante na etapa química da fotossíntese, onde será utilizada a energia dessas moléculas na síntese de compostos orgânicos. Ao contrário da fotofosforilação aclícica, não há formação de NADPH2.




Fase do escuro: etapa química da fotossíntese:


uma vez concluída esta fase de reações que dependem da luz (reações do claro), iniciam-se as chamadas reações do escuro, que ocorrem no estroma dos cloroplastos.


É nessa fase que se forma o açúcar, pela reação entre CO2 atmosférico e NADPH2 produzindos na etapa do claro, que atuam como doadores de hidrogênio. Para que essa reação ocorra há necessidade de energia, que é fornecida pelo ATP produzido na etapa fotoquimica.


Essa reação, muito complexa, é conhecida como ciclo das pentoses ou ciclo de Calvin, em homenagem ao seu descobridor.
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Quarta-feira, 15 de Outubro de 2008
DIMITRI MENDELEIEV

Resumo: Autor da Tabela Periódica dos elementos – quadro de classificação de todos os elementos químicos segundo o peso atômico de cada um deles –, Mendeleiev revolucionou o entendimento das propriedades dos átomos. Era filho caçula de uma família com 14 filhos. Apesar das dificuldades financeiras, estudou e lecionou Química em São Petesburgo (Leningrado). Começou a trabalhar na sistematização dos elementos químicos em 1860. Seu objetivo era agrupá-los segundo propriedades comuns. Há uma crença de que Mendeleiev concebeu a tabela enquanto dormia. "Eu vi em um sonho uma tabela onde todos os elementos estavam no lugar certo. Quando acordei, imediatamente coloquei tudo no papel. Foi preciso fazer apenas uma correção depois", teria dito o químico. Mendeleiev organizou os 63 elementos conhecidos até então por ordem crescente de suas massas atômicas e concluiu que havia analogia de propriedades ao fim de certos períodos - daí o quadro ter o nome de Tabela Periódica. Demonstrou que os elementos de propriedades químicas semelhantes apareciam periodicamente, dando lugar a oito grupos de elementos. A genialidade de Mendeleiev ficou comprovada justamente por sua intuição de que a periodicidade de propriedades estaria ligada à estrutura dos átomos. Para os intervalos existentes no quadro, ele previu a descoberta de outros elementos que completariam a seqüência e deduziu suas propriedades e comportamento. Mendeleiev pôde testemunhar o descobrimento de três desses elementos – gálio, escândio e germânio –, o que confirmou a lógica da Tabela. Em 1869, publicou Os Princípios da Química. A tabela original não previa os gases nobres, que ainda não haviam sido descobertos.

Completo:

Dmitri I. Mendeleev nasceu na cidade de Tobolsk na Sibéria. Era o filho caçula de uma família de 17 irmãos. Seu pai, diretor da escola de seu povoado, perdeu a visão no mesmo ano de seu nascimento. Como conseqüência perdeu seu trabalho.
Já que seu pai recebia uma pensão insuficiente sua mãe passou a dirigir uma fábrica de cristais fundada por seu avô. Na escola, desde cedo destacou-se em Ciências ( nem tanto em ortografia ). Um cunhado, exilado por motivos políticos e um químico da fábrica inspiraram sua paixão pela ciência. Depois da morte de seu pai um incêndio destruiu a fábrica de cristais. Sua mãe decidiu não reconstruir a fábrica mas sim investir suas economias na educação do filho.

Nessa época todos os seus irmãos, exceto uma irmã, já viviam independentemente. Sua mãe então mudou-se com ambos para Moscou a fim de que ele ingressasse na universidade o que não conseguiu. Talvez devido ao clima político vivido pela Rússia naquele momento a universidade só admitia moscovitas. Foram então para São Petersburgo, onde a situação era exatamente a mesma, não se admitiam estudantes de outras regiões, porém sua mãe descobriu que o diretor do Instituto Pedagógico Central ( principal escola formadora de professores da Rússia da época ) era amigo de seu finado marido, portanto, onde a burocracia frustrava o favoritismo mandava e Dmitri cosegui uma vaga. O Instituto Pedagógico Central ficava nos mesmos prédios da Universidade de São Petersburgo e tinha em seu quadro docente muitos professores da própria universidade, dentre eles o famoso físico alemão Emil Lenz. Interessou-se pela química graças ao prestigiado professor Alexander Voskresenki, que passou seus últimos anos de vida em uma enfermaria devido a um falso diagnóstico de tuberculose. Ainda assim graduou-se em 1855 como primeiro de sua classe.

Em 1859 conseguiu uma verba do governo para estudar no exterior por dois anos. Primeiro foi à Paris estudar sob Henri Regnault, um dos maiores experimentalistas europeus da época (consta que Regnault havia feito várias descobertas importantes, como o princípio da conservação de energia, mas seus estudos haviam sido destruídos e Regnault não conseguiu recuperar antes de sua morte). No ano seguinte, Mendeleev seguiu para a Alemanha estudar com Gustav Kirchoff e Robert Bubsen, inventores do espectroscópio - importante instrumento para descoberta de novos elementos daquela época - e do até hoje utilizado bico de Bunsen. O comportamento explosivo de Mendeleev tornou-se sua ruína. Com pouquíssimo tempo de convivência, brigou com Kirchoff e desistiu das aulas, porém, continuou na Alemanha onde residia em um pequeno apartamento que transformou em laboratório. Neste laboratório improvisado, trabalhando sozinho, limitou-se a estudar o dissolução do àlcool em água e fez importantes descobertas sobre estruturas atômicas, valência e propriedades dos gases. Em 1860, pouco antes de voltar à Rússia, participou do 1º Congresso Internacional de Química da Alemanha, em Karlshure, onde foi decido por influência do químico italiano Stanislao Cannizzaro que o padrão de abordagem dos elementos químicos seria o peso atômico.
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Domingo, 12 de Outubro de 2008
HISTÓRIA DE ERNEST RUTHEFORD

Ernest Rutherford nasce em Nelson, cidade portuária da ilha sul da Nova Zelândia, o quarto filho e segundo homem de uma família de sete filhos e cinco filhas. Seu pai James Rutherford, um escocês wheelwright, emigrou para a Nova Zelândia com toda a família em 1842. Sua mãe, nascida Martha Thompson, uma professora de Inglês, que, com sua mãe viúva, também se mudou em 1855.
Ernest recebeu a sua educação em escolas públicas, aos 16 anos entrou em Nelson Collegiate School. Graduou-se em 1893 em Matemática e Ciências Físicas na Universidade da Nova Zelândia. Após ter concluído os estudos ingressou no Trinity College, Cambridge, como um estudante na investigação do Laboratório de Cavendshi sob a coordenação de J. J. Thomson. Uma oportunidade surgiu quando o lugar de professor da Física em Universidade de McGill, em Montreal, ficou vago, e em 1898 ele partiu para o Canadá, para assumir o posto. Em 1898 foi nomeado professor de Física da Universidade de McGill, em Montreal, Canadá, e em 1907, na Universidade de Vitória, Manchester.
Apesar de ser um físico, recebeu o Prémio Nobel da Química em 1908 pelas suas investigações sobre a desintegração dos elementos e a química das substâncias radioativas.
De volta a Cambridge em 1919, Ernest Rutherfod percebeu que a carga positiva de um átomo está concentrada no centro, num minúsculo e denso núcleo, introduzindo o conceito de núcleo atômico. Desenvolve, então, a moderna concepção do átomo como um núcleo em torno do qual elétrons giram em órbitas elípticas. A liderança e o trabalho de Rutherford inspiraram duas gerações de cientistas. Baseado na concepção de Rutherford, o físico dinamarquês Niels Bohr idealizaria mais tarde um novo modelo atómico.
Revela o fenómeno da radioactividade em pesquisas feitas em colaboração com o Frederick Soddy. Em 1902, ambos distinguem os raios alfa e beta e desenvolvem a teoria das desintegrações radioactivas espontâneas.
Dentre seus companheiros de estudos, está o Dr. Edward Viriatus, psicólogo e químico.
Em 1919, realiza a primeira transmutação induzida, também conhecida como reação nuclear: converte um núcleo de azoto em oxigénio, por bombardeamento com partículas alfa. As suas experiências levam à descoberta dos meios de obtenção de energia nuclear. Tais fatos levaram a que Rutherford fosse considerado como o fundador da Física Nuclear.
Rutherford erigiu o Laboratório Cavendish desde 1919 até à sua morte.
Foi presidente da Royal Society de 1925 a 1930.
Ele recebeu a Order of Merit em 1925 e em 1931 foi condecorado Baron Rutherford de Nelson, Cambridge, um título que foi extinto depois da sua inesperada morte aguardando por uma cirurgia de hérnia umbilical. Após se tornar um Lord, ele só poderia ser operado por um médico também nobre (uma exigência do protocolo britânico) e essa demora custou a sua vida. Morre a 19 de Outubro de 1937,em Cambridge, sendo as suas cinzas foram enterradas na Abadia de Westminster ao lado de J. J. Thomson.
Calor

Quando dois corpos, em temperaturas diferentes, são postos em contato, observa-se que a temperatura do corpo mais quente diminui, enquanto que a temperatura do corpo mais frio aumenta. Essas variações de temperatura cessam quando as temperaturas de ambos se igualam (equilíbrio térmico).

Portanto, durante esse processo, o nível energético (grau de agitação molecular) do corpo mais quente diminui, enquanto que o do corpo mais frio aumenta. Como a energia térmica de um corpo depende, além da sua massa e da substância que a constitui, da sua temperatura, conclui-se que as variações de temperatura estão associadas às variações de energia térmica.

Concluindo, a diferença de temperatura entre dois corpos provoca uma transferência espontânea de energia térmica do corpo de maior temperatura para o corpo de menor temperatura. Essa quantidade de energia térmica que se transferiu é chamada de calor.



Dilatação linear


DL = o quanto o corpo aumentou seu comprimento

Lo = comprimento inicial do corpo

a = coeficiente de dilatação linear (depende do material)

DT = variação da temperatura ( Tf - Ti )


Vale destacar que o coeficiente de dilatação linear ( a ) é um número tabelado e depende de cada material. Com ele podemos comparar qual substância dilata ou contrai mais do que outra. Quanto maior for o coeficiente de dilatação linear da substância mais facilidade ela terá para aumentar seu tamanho, quando esquentada, ou diminuir seu tamanho, quando esfriada.

Outra coisa interessante de notar é que, se soubermos o valor do coeficiente de dilatação linear ( a ) de uma determinada substância, poderemos também saber o valor do coeficiente de dilatação superficial ( b ) e o coeficiente de dilatação volumétrica ( g ) da mesma. Eles se relacionam da seguinte maneira:

b = 2a e g = 3a




Dilatação superficial


DA = o quanto o corpo aumentou sua área

Ao = área inicial do corpo

b = coeficiente de dilatação superficial (depende do material)

DT = variação da temperatura ( Tf - Ti )




Dilatação volumétrica


DV = o quanto o corpo aumentou seu volume

Vo = volume inicial do corpo

g = coeficiente de dilatação volumétrica (depende do material)

DT = variação da temperatura ( Tf - Ti )


Obs:

DL , DA ou DV positivos significa que a substância aumentou suas dimensões.

DL , DA ou DV negativos significa que a substância diminuiu suas dimensões.



Tabelas com os coeficientes de dilatação linear ( a ) e volumétrica ( g ) de algumas substâncias

substância
Coeficiente de dilatação linear (a) em ºC-1

aço
1,1 x 10-5

alumínio
2,4 x 10-5

chumbo
2,9 x 10-5

cobre
1,7 x 10-5

ferro
1,2 x 10-5

latão
2,0 x 10-5

ouro
1,4 x 10-5

prata
1,9 x 10-5

vidro comum
0,9 x 10-5

vidro pirex
0,3 x 10-5

zinco
6,4 x 10-5

substância
Coeficiente de dilatação volumétrica (g) em ºC-1

álcool
100 x 10-5

gases
3,66 x 10-3

gasolina
11 x 10-4

mercúrio
18,2 x 10-5

Aquecimento ultrapassará 2 graus Celsius sem cortes radicais de emissões


Pesquisas na revista 'Nature' estimam futuro de concentração de carbono.
Manter regime atual de queima de combustíveis pode significar desastre.

Do G1, em São Paulo
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Ninguém sabe que nível de aquecimento global pode ser tolerado pelo planeta sem repercussões sérias para a humanidade e os ecossistemas da Terra, mas a maioria dos governos estabeleceu como limite "seguro" uma elevação de 2 graus Celsius na temperatura global no fim deste século. A má notícia, dizem dois estudos na revista científica "Nature" desta semana, é que sem cortes radicais nas emissões de gás carbônico -- em torno de 80% até 2050 --, é grande a chance de que o aquecimento global ultrapasse esse limite.




Icebergs se desfazendo perto do cabo York, na Groenlândia (Foto: Reprodução)
A conclusão foi alcançada independentemente pelas equipes de Myles Allen, da Universidade de Oxford (Reino Unido), e Malte Meinshausen, da Universidade de Potsdam (Alemanha). Usando metodologias diferentes, que levam em conta projeções da queima de combustíveis fósseis e simulações da reação do clima global à entrada de carbono na atmosfera, eles calcularam que tipo de intervenção seria necessária para tentar impedir que seja ultrapassada a barreira dos 2 graus Celsius de aquecimento.



O trabalho de Meinshausen e colegas mostra, por exemplo, que se 1.400 gigatoneladas de gás carbônico forem produzidas entre o ano 2000 e o ano 2050, teremos uma probabilidade de 50% de que o aquecimento passe o limite de 2 graus Celsius. Como quase 250 gigatoneladas do gás foram produzidas só nos primeiros sete anos do século 21, a emissão total de dióxido de carbono ficaria em torno de 1.750 gigatoneladas até a metade do século.



O governo Obama já fala em reduções na casa de 80% das emissões. Só o cumprimento dessa mata tem chances consideráveis de evitar o aquecimento catastrófico.

Por que o fogo queima?

1. O fogo é resultado de uma reação química provocada por três ingredientes: oxigênio, combustível e calor. Quando eles se juntam, o oxigênio reage com o combustível, numa violenta oxidação*, chamada de combustão

2. O combustível é a substância que "queima" e pode ser sólido, líquido ou gasoso. Para reagir com o oxigênio, ele deve ser aquecido até uma temperatura mínima - cada material tem a sua. Para iniciar a combustão, a temperatura de ignição da madeira é de 230 ºC

3. A combustão libera energia em forma de calor e de luz - provocando a chama. O calor do fogo na madeira, por volta de 800 ºC, é o que alimenta e propaga a combustão. Combustíveis orgânicos como a madeira - com carbono na composição - geram fumaça ao queimar

4. A queima da madeira gera cinzas. À medida que o combustível é consumido, a chama e o calor diminuem até o fogo sumir. Para apagar qualquer fogo, é só afastar o oxigênio - abafando o fogo, por exemplo - eliminar o combustível ou diminuir a temperatura da reação

• Enferrujamento também é uma reação de oxidação, porém, bem mais lenta do que a combustão

* Na oxidação, os átomos do gás oxigênio (O2) se separam para se combinar com outros elementos químicos

Qual é a diferença entre asteróide, cometa e meteoro?

COMETA

É uma grande bola de gelo - formada pela junção de vários gases - que vaga pelo espaço. O cometa é uma espécie de "sobra" do processo de formação dos grandes planetas gasosos do sistema solar, como Júpiter e Saturno. Este bloco gelado que você vê aqui é só uma minúscula parte de todo o cometa, é o seu núcleo sólido, que em geral tem uns 6 km de diâmetro

ASTERÓIDE

Enquanto o cometa é uma bola de gases congelados, o asteróide é uma grande pedra espacial. Também é uma "sobra" do sistema solar, mas uma sobra do processo de formação dos planetas rochosos, como Terra e Marte. Com formato irregular, a maioria dos asteróides tem cerca de 1 km de diâmetro - mas alguns podem chegar a centenas de quilômetros!

METEORÓIDE
É um asteróide pequeno. Não há um limite exato, mas a partir de 1 km de diâmetro as pedras espaciais costumam ser chamadas de asteróides. A maior parte dos meteoróides equivale a grãos de areia. Mas esses são quase imperceptíveis: toneladas se dirigem à atmosfera da Terra todos os dias. Já meteoróides com uns 4 m de diâmetro deixam sinais mais evidentes

O Efeito Estufa e o Aquecimento Global

O Efeito Estufa e o Aquecimento Global


O aquecimento global é o aumento da temperatura terrestre (não só numa zona específica, mas em todo o planeta) e tem preocupado a comunidade científica cada vez mais. Acredita-se que seja devido ao uso de combustíveis fósseis e outros processos em nível industrial, que levam à acumulação na atmosfera de gases propícios ao Efeito Estufa, tais como o Dióxido de Carbono, o Metano, o Óxido de Azoto e os CFCs.

Há muitas décadas que se sabe da capacidade que o Dióxido de Carbono tem para reter a radiação infravermelha do Sol na atmosfera, estabilizando assim a temperatura terrestre por meio do Efeito Estufa, mas, ao que parece, isto em nada preocupou a humanidade que continuou a produzir enormes quantidades deste e de outros gases de Efeito Estufa.

A grande preocupação é se os elevados índices de Dióxido de Carbono que se têm medido desde o século passado, e tendem a aumentar, podem vir a provocar um aumento na temperatura terrestre suficiente para trazer graves conseqüências à escala global, pondo em risco a sobrevivência dos seus habitantes.

Na realidade, desde 1850 temos assistido a um aumento gradual da temperatura global, algo que pode também ser causado pela flutuação natural desta grandeza. Tais flutuações têm ocorrido naturalmente durante várias dezenas de milhões de anos ou, por vezes, mais bruscamente, em décadas. Estes fenômenos naturais bastante complexos e imprevisíveis podem ser a explicação para as alterações climáticas que a Terra tem sofrido, mas também é possível e mais provável que estas mudanças estejam sendo provocadas pelo aumento do Efeito Estufa, devido basicamente à atividade humana.

Para que se pudesse compreender plenamente a causa deste aumento da temperatura média do planeta, foi necessário fazer estudos exaustivos da variabilidade natural do clima. Mudanças, como as estações do ano, às quais estamos perfeitamente habituados, não são motivos de preocupação.

Na realidade, as oscilações anuais da temperatura que se têm verificado neste século estão bastante próximo das verificadas no século passado e, tendo os séculos XVI e XVII sido frios (numa escala de tempo bem mais curta do que engloba idades do gelo), o clima pode estar ainda a se recuperar dessa variação. Desta forma os cientistas não podem afirmar que o aumento de temperatura global esteja de alguma forma relacionado com um aumento do Efeito Estufa, mas, no caso dos seus modelos para o próximo século estarem corretos, os motivos para preocupação serão muitos.

Segundo as medições da temperatura para épocas anteriores a 1860, desde quando se tem feito o registro das temperaturas em várias áreas de globo, as medidas puderam ser feitas a partir dos anéis de árvores, de sedimentos em lagos e nos gelos, o aumento de 2 a 6 ºC que se prevê para os próximos 100 anos seria maior do que qualquer aumento de temperatura alguma vez registrado desde o aparecimento da civilização humana na Terra. Desta forma torna-se assim quase certo que o aumento da temperatura que estamos enfrentando é causado pelo Homem e não se trata de um fenômeno natural.

No caso de não se tomarem medidas drásticas, de forma a controlar a emissão de gases de Efeito Estufa é quase certo que teremos que enfrentar um aumento da temperatura global que continuará indefinidamente, e cujos efeitos serão piores do que quaisquer efeitos provocados por flutuações naturais, o que quer dizer que iremos provavelmente assistir às maiores catástrofes naturais (agora causadas indiretamente pelo Homem) alguma vez registradas no planeta.

A criação de legislação mais apropriada sobre a emissão dos gases poluentes é de certa forma complicada por também existirem fontes de Dióxido de Carbono naturais (o qual manteve a temperatura terrestre estável desde idades pré-históricas), o que torna também o estudo deste fenômeno ainda mais complexo.

Há ainda a impossibilidade de comparar diretamente este aquecimento global com as mudanças de clima passadas devido à velocidade com que tudo está acontecendo. As analogias mais próximas que se podem estabelecer são com mudanças provocadas por alterações abruptas na circulação oceânica ou com o drástico arrefecimento global que levou à extinção dos dinossauros. O que existe em comum entre todas estas mudanças de clima são extinções em massa, por todo o planeta tanto no nível da fauna como da flora. Esta analogia vem reforçar os modelos estabelecidos, nos quais prevêem que tanto os ecossistemas naturais como as comunidades humanas mais dependentes do clima venham a ser fortemente pressionados

A empresa de biotecnologia americana Geron obteve hoje a autorização para fazer o primeiro ensaio clínico em humanos de uma terapia que usa células estaminais embrionárias, anunciou hoje a empresa.

Esta terapia destina-se a tratar lesões medulares que resultem em paralisia. Em comunicado, a empresa californiana avançou que a FDA, a agência americana responsável pela regulamentação do sector farmacêutico, deu luz verde para um ensaio de fase I de uma linha celular identificada como GRNOPC1.

Nesta etapa, a técnica é testada num pequeno grupo de pacientes de forma a avaliar a tolerância à introdução de células extraídas de embriões. A inserção das células é feita através de uma injecção dada no local onde a medula está lesionada. É fundamental que o tratamento seja administrado pouco tempo após a lesão: entre sete a 14 dias depois da pessoa ter ficado paraplégica.

Com este método, os cientistas esperam poder regenerar as células nervosas danificadas e, potencialmente, permitir que a pessoa paralisada possa voltar a ter sensibilidade e a readquirir a capacidade de se movimentar.

O pedido para a utilização deste método foi entregue na FDA em 2001 e suportado por um relatório de 21 mil páginas, onde a empresa demonstrava a eficácia do método quando aplicado em ratos e ratazanas.

As células estaminais ou células indiferenciadas, ou seja, sem uma função específica, são as únicas com capacidade para se transformarem em qualquer tipo de célula. Para além das embrionárias, há tecidos adultos que também são redutos deste tipo de células, como o sangue, a medula óssea, cordão umbilical e até a mucosa olfactiva.

A principal dificuldade para os investigadores é conseguir programar estas células de modo a que se transformem nas células dos tecidos que eles desejam obter.

Mas os problemas éticos do seu uso resumem-se às células retiradas de embriões, uma vez que, embora sendo as mais promissoras para a ciência, implicam a destruição do embrião. Por isso a ciência precisa de recorrer a embriões excedentários das técnicas de reprodução médica assistida, congelados nas clínicas da especialidade.

O anúncio da Geron chega a menos de três dias da partida de George W. Bush, que tinha proibido o financiamento público da investigação em células estaminais embrionárias desde 2001.

Um dos maiores defensores desta técnica foi o actor Christopher Reeve, celebrizado pelo papel de Super-Homem, e que ficou tetraplégico após a queda de um cavalo em 1995.
Raio X da ciência na imprensa
Monitoramento de 62 jornais ao longo de dois anos aponta desafios para cobertura da área no Brasil


Capa do relatório Ciência, tecnologia e inovação na mídia brasileira, que apresenta os resultados preliminares do monitoramento das notícias sobre o tema publicadas ao longo de dois anos por 62 jornais diários.

Foram apresentados nesta terça-feira os resultados do mais abrangente monitoramento já feito sobre a cobertura de ciência, tecnologia e inovação na imprensa brasileira. O estudo analisou as notícias publicadas sobre esse tema em 62 jornais ao longo de dois anos. Os resultados permitiram traçar um diagnóstico de como a mídia brasileira cobre ciência e apontar as principais deficiências dessa cobertura e os desafios para aprimorá-la.

O projeto foi realizado pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi).

Os resultados foram avaliados em um workshop realizado em Belo Horizonte, com a presença de jornalistas e gestores da área de ciência, tecnologia e inovação. O documento será atualizado a partir das discussões realizadas durante o evento e publicado na forma de livro. Confira um sumário executivo e a versão completa do relatório discutido no workshop.

Para Luiz Guilherme Queiroz Gomes, consultor de comunicação social da Fundep, o estudo é importante porque alimenta a reflexão sobre a comunicação de ciência, tecnologia e inovação no Brasil. “Esse monitoramento aponta onde temos falhado, para que lado precisamos avançar, quais temáticas precisam ganhar espaço e quais fontes precisam ser ouvidas”, avalia. “A partir dessa reflexão, podemos elaborar estratégias e recomendações que possam contribuir para avançarmos nessa área.”

Dois anos de ciência nos jornais
O estudo analisou vários parâmetros de uma amostra de 2.599 notícias publicadas em 2007 e 2008 nos 62 jornais usados no trabalho. As matérias foram selecionadas a partir de palavras-chave ligadas ao universo da ciência, tecnologia e inovação. A distribuição dessas notícias foi desigual: os quatro diários de abrangência nacional analisados publicaram um quarto das notícias monitoradas em 2008, com uma média de 2,3 notícias por dia – nos jornais regionais, a média foi de 0,6 por dia.

As ciências da saúde são a área com maior visibilidade, aparecendo com 28% das notícias analisadas, seguidas pelas ciências biológicas (21%) e pelas ciências exatas e da terra (18%). As ciências humanas e sociais aplicadas são as que tiveram menos espaço – juntas, elas respondem por menos de 18% dos textos.

O monitoramento apontou as principais fragilidades na cobertura dos temas analisados. A falta de contextualização das notícias é o calcanhar de Aquiles do jornalismo de ciência: cerca de 86% das notícias avaliadas apresentaram poucos ou nenhum elemento de contextualização que permitisse colocar o fato noticiado em perspectiva.

Da mesma forma, falta à cobertura da área apresentar as notícias sob uma maior pluralidade de pontos de vista. Mais da metade dos textos analisados (55%) foi feita a partir da consulta a uma única fonte. Além disso, apenas 13% dos textos analisados apontaram algum grau de incerteza na atividade científica, e as discussões éticas apareceram em apenas cerca de 12% dos textos.

Outro dado alarmante é a incapacidade do jornalismo de ciência de enxergar as grandes questões da ciência para além das pesquisas pontuais noticiadas. Os textos analisados no estudo se dedicavam na maior parte a noticiar estudos científicos ou avanços tecnológicos específicos; apenas 15% deles promoveram discussões sobre ciência de forma mais ampla.

Demanda por qualificação
Para o secretário-executivo da Andi, Veet Vivarta, os resultados do monitoramento apontam a necessidade de se investir na formação dos jornalistas da área. “A boa notícia é que o espaço para pautas de ciência, tecnologia e inovação está dado e que há ótimos exemplos de cobertura de qualidade, mas ainda não são a média”, avalia. “Há uma demanda por capacitação e qualificação, e ela atinge não só as próprias redações, mas também as fontes de informação, que são o outro lado da notícia.”

Os resultados vão ajudar ainda a elaborar estratégias para aproximar os veículos da imprensa e o público. O diretor do Departamento de Difusão da Ciência do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ildeu Moreira, analisou os resultados à luz de uma enquete sobre a percepção pública da ciência promovida em 2006 pelo MCT.

“Essa enquete mostrou que uma percentagem importante do público tem interesse declarado pela ciência e pouca informação sobre a área”, lembrou Moreira. “Além disso, tanto os cientistas quanto os jornalistas contam com grande credibilidade junto ao público, o que reforça a responsabilidade de ambas as categorias ao noticiar temas ligados à ciência.”
Ciência Hoje.

Ciência e cultura na Amazônia


No ano de seu centenário, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus, vai abrigar o maior evento científico do Brasil. A 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) acontece de 12 a 17 de julho no coração da maior floresta tropical do mundo. Com o tema Amazônia: ciência e cultura, o evento pretende mostrar a importância da preservação das riquezas naturais e culturais da região, entre elas a biodiversidade e as tradições indígenas.

Com programação extensa, variada e simultânea, o encontro deve reunir, segundo estimativas da organização, cerca de 18 mil participantes, entre estudantes, pesquisadores e autoridades. Serão aproximadamente 160 atividades, incluindo simpósios, mesas-redondas e conferências, que tratarão em sua maior parte dos desafios enfrentados pela Amazônia no setor de ciência, tecnologia e informação, sobretudo questões cruciais para o desenvolvimento sustentável da região.

As atividades estão inseridas em 14 núcleos temáticos, que incluem assuntos como: culturas amazônicas, conhecimentos científicos e saberes tradicionais; questões nacionais, multilaterais e mundiais relativas à Amazônia; saúde humana; geoprospecção e recursos minerais; e o Ano Internacional da Astronomia. Estão previstos ainda 47 minicursos e cinco sessões de pôsteres, nas quais serão apresentados mais de dois mil trabalhos científicos.

Uma das novidades do evento este ano é o Festival Minutos de Ciência, que reunirá vídeos de até dois minutos com trechos das atividades da reunião anual feitos pelos próprios participantes. Os cineastas de plantão poderão fazer as gravações com câmeras comuns e até celulares e deverão entregá-las à secretaria da SBPC. Os melhores curtas serão exibidos no portal da SBPC em agosto, além de integrarem o acervo da entidade.

Celebração da cultura amazônica

Vista aérea da cidade de Manaus.

Também merece destaque a SBPC Cultural, evento paralelo que mostrará a diversidade da cultura amazônica e deverá contar com cerca de 500 artistas. A intenção dos organizadores é desmistificar a imagem da Amazônia, frequentemente lembrada apenas pelas questões ambientais.

A Ufam vai sediar ainda outros eventos tradicionais realizados durante a reunião anual, como a SBPC Jovem, que contará com exposições, oficinas e exibições de filmes voltadas para alunos do ensino básico; a EXPOT&C, mostra de projetos de ciência e tecnologia; e a feira de livros.


Ciência Hoje.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Qual é a diferença entre Reino Unido e Grã-Bretanha?

INGLATERRA

É um país que tem como capital a cidade de Londres. Ao longo da história, a Inglaterra conseguiu se impor politicamente sobre alguns países vizinhos e passou a controlar um Estado batizado de Reino Unido (veja a seguir). No século 19, com a Inglaterra à frente, o Império Britânico se tornou um dos maiores da história, com uma extensão territorial equivalente a um quarto do planeta!

GRÃ-BRETANHA

É o nome da grande ilha onde ficam três países: Inglaterra, País de Gales e Escócia. Com quase 230 mil km2 de área, ela tem perto de 1000 km de comprimento de norte a sul e pouco menos de 500 km de leste a oeste. O termo “Grã-Bretanha” muitas vezes é usado como sinônimo de “Reino Unido” – o que não é inteiramente correto, pois um dos países que formam o Reino Unido não fica nessa ilha.

BRETANHA

O nome deriva da grande ilha onde fica a Inglaterra, mas, quando alguém menciona apenas “Bretanha”, está se referindo não a um território inglês, mas a uma região na França. A província da Bretanha é a maior área costeira francesa e tem como capital a cidade de Rennes. Por volta do século 6, essa região foi invadida por habitantes da atual Grã-Bretanha, os bretões, dando origem ao nome em comum.

REINO UNIDO

É um Estado formado por quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. A chefe de Estado é a rainha Elizabeth II e o de governo um primeiro-ministro, eleito por um Parlamento central, em Londres. Nas grandes questões de governo, como política econômica, quem manda é esse Parlamento. Mas Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte também têm assembléias nacionais, com certa autonomia para tratar de questões mais locais, como saúde.

ILHAS BRITÂNICAS

É um arquipélago formado por cerca de 5 mil ilhas. As duas maiores são a Grã-Bretanha e a ilha da Irlanda – onde ficam dois países, a Irlanda do Norte (membro do Reino Unido) e a República da Irlanda, também chamada de Eire (um Estado independente). Além das duas “grandalhonas”, fazem parte desse arquipélago milhares de ilhas menores, como as Órcades, Shetland, Hébridas, Man e ilhas do Canal (como Jersey).

Qual é a menor cidade do Brasil?

Em extensão, o menor município brasileiro é Santa Cruz de Minas (MG), com 3 quilômetros quadrados, e em população é Borá (SP), com apenas 804 habitantes. Para dar uma idéia do que isso significa, imagine, por exemplo, que, se houvesse uma maratona ao redor de Santa Cruz de Minas, os atletas teriam que dar seis voltas sobre o contorno da cidade para completar os 42 quilômetros regulamentares. Dentro do município de São Paulo caberiam praticamente 508 territórios do tamanho de Santa Cruz de Minas. Pelo critério populacional, a comparação é ainda mais impressionante: a população de Borá é quase 13 500 vezes menor do que a de São Paulo. E, para encher o Maracanã, teríamos que juntar os moradores dos 61 municípios menos povoados do país.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O que é anosmia?

É uma enfermidade que se caracteriza pela diminuição ou a perda total do olfato. A doença pode ter causa genética ou ser provocada por pancadas na cabeça, tumores na região nasal, cirurgias no nariz e até mesmo por uma mera sinusite. Além da impossibilidade de sentir cheiros, quem sofre do distúrbio também costuma ter o paladar comprometido e sofrer de depressão, por se sentir inferiorizado em relação aos demais. Uma variação dessa doença é a anosmia específica, na qual o pobre sujeito não consegue perceber alguns aromas particulares - por exemplo, sente o cheirinho de tudo, menos o de flores. Se, num primeiro momento, pode ser vantajoso não sentir odores putrefatos, como o de um saco de lixo ou de um pum liberado no elevador (arf!), as vítimas da doença podem se meter em situações de risco ao não perceber o vazamento do gás de cozinha ou comer comida estragada. Dependendo da causa - por exemplo, uma lesão no nervo olfativo -, o mal não tem cura, e a pessoa vai passar o resto da vida sem diferenciar o aroma de uma rosa do fedor de um ovo podre. Em outros casos (gripes e resfriados), a anosmia pode ser temporária, e a pessoa consegue ser tratada e curada. Os fabricantes de perfume agradecem! :o~P