sexta-feira, 17 de julho de 2009

Raios cósmicos contribuíram com a física no Brasil

As pesquisas sobre raios cósmicos no Brasil contribuíram para o início do desenvolvimento da física no país e conquistaram destaque internacional. O maior êxito aconteceu em 1947 com a descoberta da subpartícula méson pi, pelo físico brasileiro César Lattes, a partir de análises de raios cósmicos. Logo após a descoberta, Lattes também descobriu como fazer a produção artificial dessas subpartículas. O avanço nessa área possibilitou o surgimento de novas instituições científicas, como o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e o Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Hoje o Brasil tem tradição no estudo de raios cósmicos e em outras áreas da física com importantes núcleos de pesquisa nas universidades e centros, como o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron de Campinas, o único com esse tipo de equipamento no hemisfério sul, utilizado para analisar os átomos e as moléculas.
No começo da história do Brasil, da época do Brasil Colônia até a começo da República, não havia muitos exemplos de pesquisas científicas e de estudos na área da física. Mas houve alguns feitos extraordinários, como a experiência do padre Bartolomeu de Gusmão que, em 1709, conseguiu fazer subir uma balão com ar quente. Santos Dumont, apesar de se dedicar mais à engenharia e à aerodinâmica, também se preocupava com fórmulas físicas para fazer voar um objeto mais pesado do que o ar, o que possibilitou a invenção do avião.
O primeiro laboratório de física e química do Brasil só surgiria em 1823, instalado no Museu Nacional por João da Silveira Caldeira, onde aconteceram as primeiras aulas práticas de física para médicos e militares do Rio de Janeiro. Mas foi Joaquim Gomes de Souza o cientista considerado o primeiro físico do Brasil. Ele nasceu no Maranhão em 1829 e produziu muitos trabalhos sobre física e matemática apresentados em instituições científicas da França e da Inglaterra, onde morreu em 1856. No começo do século 20, os estudos sobre física eram feitos por poucos professores das escolas superiores. Em 1925, o físico Albert Einstein visitou o Brasil, encontrando o professor Roberto Marinho de Azevedo, que fez as exposições anunciando a Teoria da Relatividade.
O ano de 1934 marcou o início de uma nova fase no desenvolvimento da física no Brasil, com a produção de trabalhos de dois importantes centros de pesquisa, o Instituto Nacional de Tecnologia do Rio de Janeiro e o então recém-criado Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP). No Rio de Janeiro, o instituto era coordenado por Bernardo Gross, que se dedicou inicialmente aos estudos teóricos dos raios cósmicos. Em São Paulo, o orientador era Gleb Wataghin, direcionado às pesquisas experimentais e teóricas para as áreas de radiação cósmica e física nuclear

Nenhum comentário:

Postar um comentário