sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Anfíbios, insetos e réptil são descobertos no Equador

Uma extraordinária variedade de espécies, muitas provavelmente novas para a ciência, foram encontradas durante uma expedição a uma das fronteiras internacionais mais disputadas na história recente.As novas espécies foram descobertas durante um Programa de Avaliação Rápida (RAP, na sigla em inglês) da ONG Conservação Internacional (CI) nas florestas da Cordilheira do Condor no sudeste do Equador, uma área de grande importância biológica, ecológica e social, próxima à fronteira com o Peru. A expedição científica teve como foco a bacia do alto rio Nangaritza, que é isolada de outras regiões dos Andes em termos geológicos, o que ajuda a estimular a evolução de espécies endêmicas, ou seja, aquelas que não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo.No total, foram descobertos quatro anfíbios, um réptil e sete insetos, incluindo uma salamandra de olhos esbugalhados e um minúsculo e venenoso sapinho-ponta-de-flecha do gênero Dendrobates. A CI espera que estas descobertas estimulem o governo do Equador a fortalecer a proteção da área, que fica próxima a um parque internacional da paz, criado no final dos anos 90 para marcar o fim das hostilidades entre o Equador e o Peru depois de décadas de disputa pela área fronteiriça.A expedição foi realizada pela CI em parceria com a Fundação Arcoiris e a Pontifícia Universidade Católica do Equador e financiada pelas Fundações Gordon e Betty Moore, Mulago e Leon e Toby Cooperman Family.“As espécies que descobrimos nesta expedição são fascinantes e mostram a importância biológica dessa área, não somente por causa da variedade de plantas e animais que vivem lá, mas também por conta dos serviços que os ambientes nativos prestam às comunidades locais, como água limpa e oportunidades de geração de renda a partir do ecoturismo. É fundamental que os ecossistemas da região sejam protegidos de maneira adequada”, afirma a vice-presidente do Programa de Avaliação Rápida da CI, Leeanne Alonso.Além das espécies provavelmente novas para a ciência, a equipe também encontrou diversos animais raros, como uma perereca-de-vidro e uma população saudável de sapos arlequins do gênero Atelopus que antes haviam sido devastados pelo fungo quitrídeo, que, ao lado de outros fatores, como desmatamento e mudanças do clima, impõe uma séria ameaça de extinção sobre até 30% das espécies de anfíbios do mundo.Entre outros animais incomuns encontrados nesta expedição estão insetos da família Tettigoniidae conhecidos como esperanças e várias espécies de anfíbios e mamíferos nunca registrados no Equador. Além disso, foram descobertas duas espécies de aves que são endêmicas da Cordilheira do Condor, 25 espécies consideradas raras no Equador e 11 espécies ameaçadas ou quase ameaçadas a nível mundial.“A preservação dessa incrível cadeia de montanhas é perfeitamente possível, e mais factível até do que muitas outras florestas tropicais, devido ao papel ativo que as comunidades locais estão desempenhando na pressão pela sua proteção”, diz Alonso.O diretor executivo da CI no Equador, Luis Suarez, complementa: “Essa é uma floresta de montanha praticamente intacta. Sua fauna e flora foram quase intocadas pelo homem, só sendo conhecida pelas comunidades locais, que a tratam com respeito. Mas agora há muitas ameaças externas, como agricultura, mineração e extração ilegal de madeira. Por isso, é fundamental que a comunidade mundial e o governo do Equador reconheçam a importância desse lugar e lhe dêem a forte proteção que merece”.

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