quarta-feira, 19 de agosto de 2009

MUNDO CIENTÍFICO

Cientistas do Centro de Pesquisa Prince Felipe, na Espanha, conseguiram um feito inédito no que diz respeito às pesquisas com células-tronco. Uma nova linhagem de células foi criada a partir de um embrião humano que foi considerado morto, após ter parado de se desenvolver.
Doados por clínicas de fertilização in vitro com autorização dos pacientes, os embriões utilizados na pesquisa somaram o total de 132 e pararam de se dividir 48 horas depois de chegar a estágios de desenvolvimento variados. De acordo com o estudo, 13 desses embriões se desenvolveram muito mais do que o restante, atingindo assim, o total de 16 a 24 células antes do término da divisão celular. Apesar desse número, apenas 1 embrião foi usado no experimento e conseguiu fornecer a nova linhagem de células que atuaram perfeitamente em diversos testes.
Células vivas de embriões mortos?
Descobertas a partir de experiências como essas têm sido anunciadas num ritmo frenético. Todos os dias acompanhamos nos jornais, rádios e Tvs novas tentativas e possibilidades através do uso de células-tronco, porém, essa última notícia, nos traz outra vez o questionamento sobre o assunto, já que a questão gira em torno da utilização de material de embriões considerados mortos.
De acordo com Donald Landry, diretor da divisão terapêutica experimental da Universidade de Columbia em Nova York, o caso acima se assemelha à questão de doação de órgãos, ou seja, será que a comunidade científica poderá receber como doação natural, as células de embriões mortos? Para ele, essa utilização reduziria um pouco as questões éticas relacionadas às células-tronco.
Já para Robin Lovell-Badge, integrante do Instituto Nacional de Pesquisas Médicas em Londres, essa teoria é falha, já que não existe uma forma de provar que o embrião utilizado, está morto de fato. Para Robin, o simples fato desse embrião ser implantado no útero da mulher já lhe daria condições de sobrevivência.
O conflito
Sabemos que o corpo humano (de um adulto) abriga cerca de aproximadamente 75 trilhões de células agrupadas em tipos distintos. Esses tipos são responsáveis pela formação de partes do nosso corpo. Sabemos também que um embrião, dias posteriores à sua concepção, é apenas um amontoado de células diferentes envolvidas por um membrana que formará a placenta.
Segundo estudos, somente depois de uma semana de vida é que as células desse embrião começam a se diferenciar. É essa diferenciação que permite que esse embrião se transforme em feto, depois em uma criança. Logo, o conflito com relação à utilização das células de embriões considerados mortos paira em torno da justificativa de vida fetal ou apenas embrionária. Difícil uma resposta, não é mesmo?
Em busca da cura
Apesar dos questionamentos e da ética que envolve essas experiências, já foi mais do que provado, que as células-tronco funcionam como uma arma de defesa, que entra em ação em casos de emergência. Pensando assim, pesquisadores responsáveis pelo estudo, apresentaram o experimento como uma possível ajuda no tratamento de pacientes com mal de Alzheimer e Parkinson.
Pesquisas, dúvidas, críticas, ética... É muita coisa sendo discutida ao mesmo tempo, porém, a informação que temos nesses casos, é de que essas experiências buscam encontrar cura para doenças que até hoje castigam os seres humanos e são consideradas incuráveis.

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