segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Técnica brasileira aumenta chances de transplante de fígado

Uma técnica desenvolvida aqui no Brasil aumenta as chances de um transplante de fígado dar certo. Com a ajuda do raio laser, os médicos conseguem saber antes da operação, se o órgão que vai ser doado está em boas condições. Por causa de uma cirrose, Manoel Aparecido Nascimento começou a sofrer de confusão mental. Passou por um transplante de fígado e hoje se sente curado.

"Agora eu tenho uma família que eu posso cuidar melhor", diz Manoel.

O sucesso do transplante teve a ajuda de uma nova técnica de avaliação de órgãos, desenvolvida pela USP de Ribeirão Preto. Durante testes com ratos, os cientistas descobriram que as células do fígado reagem ao serem tocadas por um feixe de raio laser de baixa potência. A leitura desta reação, feita pelo computador, fornece um diagnóstico preciso sobre a quantidade de gordura no fígado.

"Nós dividimos em pouca, moderada e grande quantidade de gordura. Os fígados com grandes quantidades devem ser descartados, porque o resultado é ruim no transplante", explica Gustavo Ribeiro de Oliveira, pesquisador da USP de Ribeirão Preto.

O excesso de gordura indica que o órgão não é saudável e, por isso, tem menos chance de funcionar no organismo. Quarenta e três pacientes já receberam um fígado avaliado com a nova técnica.

O equipamento cabe numa maleta e pode ser levado pra qualquer sala de cirurgia do país onde esteja um candidato a doador de fígado. Os dados ficam gravados no computador e podem ser analisados mais tarde, pelos médicos especialistas, que vão fazer o transplante.

A pesquisa foi publicada nas versões eletrônicas de duas revistas cientificas americanas de hepatologia e transplante. A técnica está sendo usada também para avaliar o paciente depois da cirurgia e reduzir o risco de rejeição.

"Você seleciona melhor os fígados, você obtém por consequência fígados melhores e isso tem uma correlação positiva com a evolução dos pacientes no pós-operatório", avalia Orlando de Castro e Silva, coordenador do Programa de Transplante de Fígado do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

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