domingo, 23 de agosto de 2009
Impostos brasileiros pesam o dobro para pobres e não-proprietários

Maior eclipse solar deste século. Lua encobriu o Sol durante alguns minutos

Em Tóquio, a Lua encobriu 75% do Sol, não deu para ver nada porque estava chovendo. Os japoneses, porém, não poderiam perder essa oportunidade única. Uma multidão foi ao Museu de Ciências e Tecnologia de Tóquio para assistir a uma transmissão ao vivo do eclipse do século.
O eclipse total acontece quando a Lua se alinha entre a Terra e o Sol, encobrindo a luz solar na parte do planeta que estiver na sombra do satélite.
Para muitos cientistas, foi uma oportunidade para testar teorias, como a de que a gravidade da Terra diminui durante um evento como esse. Outros aproveitaram o fenômeno para estudar a corona solar, um anel luminoso que fica a um milhão de quilômetros do Sol.
Para as diversas religiões da Ásia, o eclipse teve um significado muito especial. Os budistas, por exemplo, acreditam que tudo o que pensamos, falamos ou fizemos neste período, terá um efeito aumentado.
Os hindus acreditam que é uma manifestação do mal, muitos templos são fechados e as mulheres grávidas não devem sair de casa.
Mas todos concordam que o fenômeno, registrado há centenas de anos pelo homem, ainda hoje causa fascínio.
sábado, 22 de agosto de 2009
Grandes descobertas da ciência em 2007
Em 2007 a ciência esteve muito ativa. Vejamos algumas descobertas desse ano.
O IMDLDCSO – Instituto Maximegalon para Descobrir Lenta e Dolorosamente Coisas Surpreendentemente Òbvias (Douglas Adams, of course) esteve muito ativo esse ano, por exemplo. Conseguiram descobrir como a bicicleta funciona, que mel é o melhor remédio para tosse, que a maior parte das pessoas não cumpre as promessas de ano-novo, que o cigarro de maconha é mais prejudicial do que o de tabaco e que mães de recém-nascidos só dormem três horas por noite. Imaginem quanto dinheiro não teria sido economizado se os nobres cientistas tivessem perguntado isso para os seus mecânicos, avós, amigos, alunos da faculdade e esposas, respectivamente.
Uma área que rendeu bastante pesquisas esse ano foi, é claro, o clima. E os cientistas parecem que não estão se entendendo. Richard Lindzen, do MIT, disse que o aquecimento global pode ser benéfico. Ele só não disse para quem. Já Malcolm Haylock disse que o aquecimento global não é o único culpado pela onda de calor na Europa. Ele também não disse quem seria o verdadeiro culpado, portanto estamos aguardando. Enquanto isso, o pessoal da Universidade de Hohenheim, na Alemanha, criou uma pílula anti-arroto para vacas que eles prometem que vai ajudar a combater o aquecimento global. Fica a expectativa de como o a Índia vai reagir a esse invento e como os pecuaristas vão fazer para que as vacas tomem as pílulas. No meio de tudo isso, a melhor, a mais sensata e a mais óbvia idéia contra o aquecimento global veio do diretor do Museu da Ciência britânico, Chris Rapley: para reduzir o aquecimento global basta a humanidade ter menos filhos. Ele já foi convocado para dar palestras no interior do Nordeste a este respeito.
Já na série coisas-que-previnem-o-câncer os cientistas foram bem ativos esse ano. Entre outros, foi descoberto que as suas chances de ter câncer serão reduzidas se você comer agrião, cacau e tomar café preto. Nossos valorosos cientistas também descobriram que o jejum faz bem para a saúde (dos ratos), que romã é bom para impotência, que uma proteína do pepino-do-mar combate a malária e que soja preta diminui o risco de ter diabetes e beber leite também. Só não disseram que tipo de leite e se ele deve ser bebido sem açúcar. Descobriram também que, o fato de você não gostar nem um pouco de frutas e verduras começou enquanto você ainda estava no útero da sua mãe. Impressionante, não ?
No campo comportamental os cientistas também fizeram várias descobertas i-m-p-o-r-t-a-n-t-í-s-s-i-m-a-s (repararam na ênfase ?). Por exemplo: otimismo não ajuda a curar o câncer. (OH !). E que homens de voz grossa tem mais filhos. E que filhos pequenos deixam os homens infelizes. Então, se você tem voz grossa tem mais chance de ser infeliz ! Cuidado. Talvez seja melhor tomar um banho de banheira, porque descobriram que isso diminui a fertilidade masculina. E descobriram também que torcedores de futebol pensam no assunto a cada 12 minutos, em média. E que um em cada quatro britânicos se arrepende do casamento. Deve ser por isso que um cientista italiano previu que no futuro toda a humanidade será bisexual. Foi descoberto também que os cabelereiros são os profissionais mais felizes. Não felizes naquele sentido, seu preconceituoso. Em tempo: a mesma pesquisa apontou que os gerentes de recursos humanos são os mais infelizes, seguidos pelos advogados e as secretárias.
Já se você fuma, duas péssimas notícias: 90 % dos bebes que morrem da síndrome da morte súbita tinham mães que fumam, e fumar aumenta as chances de ser careca. Esses dois motivos vão se juntar a todas as outras centenas de bons motivos para se parar de fumar. Não se sabe o impacto disso no número de fumantes no mundo, mas não deve ser muito significativo.
E, para terminar, algumas pesquisas científicas bizarras de 2007 (e essas nem ganharam o IgNobel): zumbido de abelhas afugenta elefantes e parar de comer doces pode prolongar a vida em 15 anos (então por que será que não temos um monte de velinhos diabéticos por aí ?). Descobriram também a fórmula do sorriso perfeito e também do biscoito perfeito (e essa custou 360 mil Reais, imagine só). Também inventaram um tapete voador, mas ele não carrega pessoas. Para que serve, então ? Talvez servisse para distrair o maluco do presidente da Gâmbia, que diz que pode curar a AIDS em três dias. Será que ele trás a pessoa amada no mesmo tempo também ?
E que venha 2008, com mais descobertas bizarras, estranhas e fora do comum. Se eu não tivesse medo de ser processado pelos herdeiros do Douglas Adams eu até criaria um blog só para o Instituto Maximegalon para Descobrir Lenta e Dolorosamente Coisas Surpreendentemente Òbvias. Apesar disso, o Depokafé vai continuar atento à ciência em 2008. E, quem sabe, se nós conseguirmos um bom advogado o blog do IMDLDCSO deixe de ser só uma idéia. Ou não.
Cresce descoberta de espécies em plena era de extinções em massa
Como ele e outros biólogos bem sabem, estamos também no meio de uma grande destruição de espécies. Estimativas de extinção anual variam muito, mas a maioria dos pesquisadores concorda que, como resultado da destruição de hábitat, instabilidade climática, vazamento de pesticidas, lixo nos oceanos, espécies invasoras e outros efeitos "antropogênicos" no ambiente, a taxa de extinções está muitas vezes superior à peneira da natureza.
"Nossa melhor projeção é que essa taxa seja centenas de vezes superior", diz John Robinson, vice-presidente executivo da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem. "O problema é que só descrevemos cerca de 15% de todas as espécies da Terra, então a maioria do que está sendo extinto é formada por animais que ainda nem conhecemos".
O número de novas espécies que os pesquisadores vêm revelando cresce dia a dia; mas o lado desconhecido também cresce: as criaturas que vêm desaparecendo rapidamente. A essa segunda estatística é preciso adicionar a "não mais conhecidas", as espécies com nomes que conseguimos aniquilar, direta ou indiretamente, como o golfinho do Rio Yangtze, declarado funcionalmente extinto há dois anos, ou o pardal escuro americano, que cantou pela última vez em 1987.
Por mais contrários que possam parecer, os dois dados estão, sob muitos aspectos, entrelaçados. Um dos motivos pelos quais os cientistas estão descobrindo mais novas espécies hoje do que algumas décadas atrás é que locais antes impenetráveis foram abertos a diversos graus de desenvolvimento, permitindo que pesquisadores entrem e coletem amostras dessa abundância – antes que ela desapareça.
Porém, mesmo nossos mascotes mais queridos – os pandas e as baleias, por exemplo – permanecem um mistério. "Nós achamos que conhecemos muito bem os mamíferos", diz Miller, "mas possuímos o tipo mais básico de informações sobre apenas 6% deles".
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Ciência da Terra
Ciência da Terra
Ciência da Terra (também conhecida como geociência) é um termo para todas as ciências relacionadas com o planeta Terra , incluindo geologia, geofisica, hidrologia, meteorologia, , oceanografia, e ciência do solo.
Apesar da mineração e as pedras preciosas terem sido objetos de interesse para o homem por toda a história da civilização, o desenvolvimento das ciências relacionadas com a geologia econômica e a mineralogia só ocorreu no século XVIII. O estudo da terra, em particular a paleontologia, floresceu no século XIX e o crescimento das outras disciplinas, como a geofísica, no século XX, levou ao desenvolvimento da teoria das placas tectônicas na década de 1960, resultando em um impacto similar nas ciências da Terra a que teve a teoria da evolução na biologia. As ciências da Terra atualmente estão mais ligadas à pesquisa climática e a indústria do petróleo e exploração mineral.
Ciências Naturais
Ciências naturais
carece de fontes ? As ciências naturais são um ramo das ciências que estuda o universo, que é entendido como regulado por regras ou leis de origem natural, ou seja, os aspectos físicos e não humanos.
Além do uso tradicional, a frase ciências naturais é as vezes usada mais especificamente se referindo ao seu uso no dia-a-dia, relacionado a história natural. Neste sentido, "ciências naturais" podem se referir a biologia e talvez às ciências da Terra, em oposição às ciências físicas como astronomia, física e química.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
MUNDO CIENTÍFICO

Doados por clínicas de fertilização in vitro com autorização dos pacientes, os embriões utilizados na pesquisa somaram o total de 132 e pararam de se dividir 48 horas depois de chegar a estágios de desenvolvimento variados. De acordo com o estudo, 13 desses embriões se desenvolveram muito mais do que o restante, atingindo assim, o total de 16 a 24 células antes do término da divisão celular. Apesar desse número, apenas 1 embrião foi usado no experimento e conseguiu fornecer a nova linhagem de células que atuaram perfeitamente em diversos testes.
Células vivas de embriões mortos?
Descobertas a partir de experiências como essas têm sido anunciadas num ritmo frenético. Todos os dias acompanhamos nos jornais, rádios e Tvs novas tentativas e possibilidades através do uso de células-tronco, porém, essa última notícia, nos traz outra vez o questionamento sobre o assunto, já que a questão gira em torno da utilização de material de embriões considerados mortos.
De acordo com Donald Landry, diretor da divisão terapêutica experimental da Universidade de Columbia em Nova York, o caso acima se assemelha à questão de doação de órgãos, ou seja, será que a comunidade científica poderá receber como doação natural, as células de embriões mortos? Para ele, essa utilização reduziria um pouco as questões éticas relacionadas às células-tronco.
Já para Robin Lovell-Badge, integrante do Instituto Nacional de Pesquisas Médicas em Londres, essa teoria é falha, já que não existe uma forma de provar que o embrião utilizado, está morto de fato. Para Robin, o simples fato desse embrião ser implantado no útero da mulher já lhe daria condições de sobrevivência.
O conflito
Sabemos que o corpo humano (de um adulto) abriga cerca de aproximadamente 75 trilhões de células agrupadas em tipos distintos. Esses tipos são responsáveis pela formação de partes do nosso corpo. Sabemos também que um embrião, dias posteriores à sua concepção, é apenas um amontoado de células diferentes envolvidas por um membrana que formará a placenta.
Segundo estudos, somente depois de uma semana de vida é que as células desse embrião começam a se diferenciar. É essa diferenciação que permite que esse embrião se transforme em feto, depois em uma criança. Logo, o conflito com relação à utilização das células de embriões considerados mortos paira em torno da justificativa de vida fetal ou apenas embrionária. Difícil uma resposta, não é mesmo?
Em busca da cura
Apesar dos questionamentos e da ética que envolve essas experiências, já foi mais do que provado, que as células-tronco funcionam como uma arma de defesa, que entra em ação em casos de emergência. Pensando assim, pesquisadores responsáveis pelo estudo, apresentaram o experimento como uma possível ajuda no tratamento de pacientes com mal de Alzheimer e Parkinson.
Pesquisas, dúvidas, críticas, ética... É muita coisa sendo discutida ao mesmo tempo, porém, a informação que temos nesses casos, é de que essas experiências buscam encontrar cura para doenças que até hoje castigam os seres humanos e são consideradas incuráveis.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Bombas atómicas com efeitos nocivos prolongados
Efeitos radioactivos matêm-se 60 anos após“Este é o efeito de uma bomba atómica: quando acreditas que o pior já passou, ela volta para te assombrar”. O relato é de um dos sobreviventes de 9 de Agosto de 1945, no final da II Guerra Mundial. Katsuji Yoshida tinha 13 anos, nessa altura, e ainda vive em Nagasaki, sem uma orelha, com pele descamada e com costelas partidas que nunca se emendaram.
Vírus H1N1 é «notoriamente imprevisível»
O que é, e onde está a Física
Para mim a Física é a ciência básica que alimenta todas as outras ciências naturais. É tão vasto o poder de explicação atual da Física que outros ramos da ciência existem apenas para tomar conta deles. A Química de hoje em dia não está mais preocupada em explicar por que o átomo existe ou como se formam moléculas, mas interessada em construir ferramentas para domar essa formação. A Física Quântica explica toda a tabela periódica sem margem de dúvida e com uma exatidão incomum. Não restam dúvidas que a Física Quântica é suficiente para explica toda a base da química – o átomo. Contudo ainda restam alguns detalhes sobre as reações químicas em si. Embora o poder de predição tenha aumentado ainda é difícil conceber uma reação artificial para construir algum composto com propriedades pré-definidas. A tentativa e o erro ainda são instrumentos nesse campo.
A Física é a ciência que estuda as ações que corpos e campos impõem sobre outros campos e corpos. A Física está presente em quase tudo o que temos hoje em dia. Qualquer aparelho alimentado com energia elétrica funciona com base em alguma conhecimento físico. A produção de energia, per se está baseada em algum conhecimento físico; é o ramo da Termodinâmica.
O clima é talvez o campo de estudo da física que mais a ilude. A meteorologia tem uma capacidade de previsão limitada e seus modelos são complexos e empíricos – ou seja, não são totalmente deduzidos de Princípios ou Leis e se baseiam muito em analise de dados reais. Outros campos como a Oceanografia e a Geologia estão ligados ao planeta e sofrem o mesmo problema da falta de uma teoria unificadora. Ramos como o Eletromagnetismo e a Óptica (é quase a mesma coisa, realmente…) estão ligados às telecomunicações. O eletromagnetismo está relacionado ainda à produção de energia e à produção de movimento – motores elétricos que alimentam desde brinquedos a elevadores e trens e alternadores instalados em hidrelétricas ou na sua bicicleta que produzem energia elétrica a partir do movimento. A aerodinâmica e a mecânica também estão ligados a este ramo da atividade.
Ainda relacionado à produção de energia está a Física Nuclear que estuda também as partículas subatómicas, suas reações e sua composição.
A física está presente na sua cozinha, desde do mais simples formo (a lenha, gás ou eletricidade) até ao moderno microondas, passando pelo refiregerador e qualquer coisa que tenha a haver com frio ou quente. A física está presente na sua sala de estar, desde do vídeo em DVD (que funciona graças a um laser , devido à fisica quantica e à otica e à fisica de materiais para consturir o próprio DVD) passando pelo televisor, aparelho de som (Acustica) e qualquer item eletrônico. Eletrônica que está em todo o lugar devido ao estudo de materiais e suas propriedades (Física de Materiais). No caso o silicio e todos os semicondutores. A Eletrônica está por sua vez na base dos computadores e é o braço prático da Informática ( que não é uma ciência física mas tem muitas relações práticas)
A física está até presente nos seus moveis, nas estruturas dos prédios e até nas molas do seu colchão. Seres vivos à parte é dificil encontral algo na natureza ou no que o homem frabrica que não esteja relacionado à fisica.
Embora a biologia tenha começado apenas como uma catalogação dos seres vivos, hoje em dia, ela é marcada pela Teoria Da Evolução e a identificação do DNA. O DNA nada é mais que uma molécula – quimicamente falando – mas os processos que rodeiam essa molecula são aqueles que diferencia a vida da “não vida”. A biologia ocupa um campo além da quimica e da fisica que lida com um conceito que é dificil colocar em formulas e reaçõs quimicas :a vida. Enquanto não é mistério como particulas subatómicas formam átomos ainda somos ignorantes de porquê elas formam átomos e como e porquê esses atómos formam DNA e vida.
A Física Moderna ( ou seja, a dos últimos 100 anos) virou sua atenção para o cosmos e desenvolveu a Cosmologia que usa parte da Fisica Quantica e parte da Relatividade Geral da Mecânica para explicar os objetos que observamos nos cosmos : estrelas, planetas, quasares, pulsares, buracos negros, etc… A cosmológica vai mais longe e tenta explicar a aparição do Universo ( que é uma parte do Cosmos) com o famoso, e polêmico, Big Bang.
Escala. Esse é primeiro conceito necessário em física. A diferentes escalas diferentes formas da fisica são usadas conforme os fenômenos que queremos explicar. Desde a Física Quantica do muito pequeno até á Cosmologia do muito grande.
Podemos observar a Física em acção em todo o lugar , a qualquer momento, em qualquer escala.
Geneticista britânico afirma que evolução humana está perto do fim
Jones afirma que as mutações no esperma são mais suscetíveis na medida em que a idade do homem aumenta, especialmente a partir dos 35 anos. Embora contaminações química e radioativa possam alterar o material genético, um dos fatores mais importantes para que as mutações aconteçam é a idade avançada dos homens, já que a divisão celular aumenta com o passar dos anos. "Cada vez que há uma divisão celular, há uma oportunidade de erro, de mutação", diz o especialista.
Em um pai de 29 anos - a média de idade com a qual os homens têm filhos nos países ocidentais - acontecem cerca de 300 divisões celulares entre o esperma que lhe deu a vida e o que fornecerá para sua descendência. No caso de um pai de 50 anos, no entanto, as divisões superam mil. No Ocidente, os pais começam a procriar tarde e param muito cedo.
Por outro lado, segundo o jornal "The Daily Telegraph", metade dos pais em Camarões têm mais de 50 anos, enquanto este índice é de 20% no Paquistão e de 5% na França. "De forma imprevista, diminuímos o ritmo de mutações (no Ocidente) por mudanças nos padrões reprodutivos", afirmou Jones. O geneticista explica ainda que a mudança social humana afeta seu futuro genético, sobretudo pelos padrões de casamento e métodos contraceptivos.
Seleção natural some
Entretanto, não é apenas a idade que possui impacto negativo na evolução da espécie, mas também a seleção natural e a mudança genética aleatória. Com a diminuição da taxa de mortalidade nos indivíduos jovens - nos países ocidentais, 98% das pessoas sobrevivem até os 20 anos -, a seleção natural se debilitou. Além disso, as mudanças aleatórias também diminuíram, o que faz com que humanos sejam 10 mil vezes mais parecidos entre si do que deveriam ser normalmente com as regras do reino animal.
A agricultura permitiu a superpopulação do planeta - sem ela, não haveria nem meio milhão de pessoas no planeta -, o que faz com que não haja populações isoladas e todas estejam conectadas. O isolamento permite que as mudanças aconteçam através das gerações, devido à pouca influência do mundo exterior, mas a mistura conduz à uniformidade.
«Evolução e Criacionismo - uma relação impossível»
Os autores do livro - Augusta Gaspar, Teresa Avelar, Octávio Mateus e Frederico Almada - explicam a sua razão de ser no seguinte texto: «Porquê, no início do século XXI, um livro em Portugal sobre a aceitação da evolução? Não é a Evolução já suficientemente conhecida, uma realidade que dá unidade às ciências biológicas? Sim, claro que sim! Há ainda realmente na nossa sociedade quem acredite que os organismos vivos foram criados em 6 dias como relata o livro do Génesis? A resposta é sim. Mas isso não seria um problema para a ciência e para a sociedade se os actuais movimentos de Criacionismo Científico, não estivessem empenhados em redefinir e subjugar a ciência a uma percepção da realidade baseada nas Escrituras, tendo tomado como principal alvo a derrubar - a evolução das espécies! Tentando fazer passar religião por ciência, usam como máscara teorias alegadamente científicas que oferecem como alternativas à teoria da evolução.
Comprometem a ciência, pois esta explica a realidade por processos naturais. Alguns dos seus patrocinadores nos EUA, já assumiram publicamente ser o seu fim último, promover uma sociedade, onde leis, ensino e ciência (!) se baseiam na Bíblia. Ou seja, reverter as conquistas da secularização. Socorrem-se de toda a espécie de recursos e meios de divulgação. Têm criado muitos problemas no ensino da Biologia nos EUA, invadiram a Europa há alguns anos e começam agora a movimentar-se em Portugal.
Neste livro relata-se a a história do Criacionismo Científico até à conclusão da escrita do livro em Junho de 2007. Descrevem-se os vários movimentos criacionistas e apresentam-se alguns dos seus principais proponentes, ideias e estratégias de divulgação. Por outro lado, apresenta-se uma síntese da evolução darwiniana, como é entendida actualmente, incluindo as modificações e debates mais recentes em biologia evolutiva.
Esclarecem-se as principais objecções levantadas publicamente pelos movimentos criacionistas contra a Teoria da evolução, repondo a realidade com factos e exemplos que ao mesmo tempo tornam a compreensão da evolução acessível a todos. Analisam-se deturpações comuns da evolução darwiniana usadas para justificar práticas moralmente condenáveis como a discriminação baseada na raça, no género ou na espécie. E, dado que para muitos, a resistência em aceitar a evolução, resulta sobretudo de um receio de perda das referências morais (que só poderiam ser ditadas pela religião), mostra-se como as ciências do comportamento e a Antropologia acumulam evidência de que os humanos têm disposições naturais para a moral, desenvolvidas durante a sua evolução biológica. E é em consequência disto que não é preciso ter medo da evolução».
Programa das conferências:
Segunda 8 História das relações entre criacionismo e evolucionismo por Teresa Avelar (Universidade Lusófona) Terça 9 Muitos criacionismos e a efervescência actual do Criacionismo Científico por Gonçalo Jesus e Augusta Gaspar (Universidade Lusófona) Quarta 10 Alguns Erros do Criacionismo Científico Explicados e Corrigidos por Frederico Almada (Universidade Lusófona) e Octávio Mateus (Museu da Lourinhã) Quinta 11 O que nos ensinaram duas décadas de evolução experimental em Drosophila? por Margarida Matos (Universidade de Lisboa) Sexta 12 Uma história evolutiva da Ética humana por Augusta Gaspar (Universidade Lusófona)
Comentários
Mauro, em 2009-06-17 às 01:41, disse:Não Manuela, é a ignorância e a surdez intelectual dos criacionistas e religiosos em geral que tornam o diálogo difícil.
Manuela Fonseca, em 2009-06-15 às 10:24, disse:Custa-me compreender que no séc.XXI se tenha medo do criacionismo, será que o evolucionismo tem poucos argumentos para contrapor ao criacionismo? Será que é necessário proibir falar do criacionismo, porque afinal não temos argumentos suficientes, de que temos tanto medo?
Ernesto Martins, em 2007-11-27 às 22:38, disse:Quero felicitar a equipa de autores pelo livro absolutamente magnífico. A abordagem não tem nada de preconceituoso (como o Sr. Cardoso sugeriu). Aliás, preconceito é algo que o método cientifico desconhece. Essa forma de desonestidade é mais própria do pensamento dogmático característico dos criacionistas.
cardoso, em 2007-11-10 às 15:40, disse:Acho bem que se escreva sobre o tema. Socialmente não deixa de continuar a ser fracturante. Tenho pena é que gente que se diz tão intelectual aborde o tema de forma preconceituosa. O tema é demasiado complexo. Não é intelectualmente honesto escrever um livro a defender uma tese que à partida já se tem como inquestionável. Isso é apologética laicista! Lamento dizê-lo, mas parece-me que os intelectuais crentes têm hoje em dia a mente bem mais aberta e arejada que certas pessoas que se armam em paladinos da maturidade racional. Os laicitas, no que toca à atitude de intolerância, são actualmente os herdeiros mais fiéis da igreja inquisitorial. Uma vergonha!!!
António Godé, em 2007-10-25 às 14:13, disse:Acabei há dois dias de ler o livro e fiquei chocado com tudo o que nele é denunciado. Não fazia ideia. O cerne da questão reside em como conseguir que autênticos "vendedores de banha da cobra" saltem para a ribalta da comunicação e do ensino, colocando-se par a par com a ciência, a cultura, a descoberta da verdade e a educação. Estamos todos a lidar com vendilhões sob a forma de "criacionistas". Proponho um título para o vosso próximo livro: Como é que a ciência se pode defender da fraude criacionista? Investigando e informando.
Paulo Lobo, em 2007-10-24 às 21:42, disse:Este debate é essencial para a percepção da evolução e criacionismo e deveria ser mais alargado e abrangente. Conhecer é hoje em dia essencial para evoluir em sociedade.
Técnica brasileira aumenta chances de transplante de fígado
"Agora eu tenho uma família que eu posso cuidar melhor", diz Manoel.
O sucesso do transplante teve a ajuda de uma nova técnica de avaliação de órgãos, desenvolvida pela USP de Ribeirão Preto. Durante testes com ratos, os cientistas descobriram que as células do fígado reagem ao serem tocadas por um feixe de raio laser de baixa potência. A leitura desta reação, feita pelo computador, fornece um diagnóstico preciso sobre a quantidade de gordura no fígado.
"Nós dividimos em pouca, moderada e grande quantidade de gordura. Os fígados com grandes quantidades devem ser descartados, porque o resultado é ruim no transplante", explica Gustavo Ribeiro de Oliveira, pesquisador da USP de Ribeirão Preto.
O excesso de gordura indica que o órgão não é saudável e, por isso, tem menos chance de funcionar no organismo. Quarenta e três pacientes já receberam um fígado avaliado com a nova técnica.
O equipamento cabe numa maleta e pode ser levado pra qualquer sala de cirurgia do país onde esteja um candidato a doador de fígado. Os dados ficam gravados no computador e podem ser analisados mais tarde, pelos médicos especialistas, que vão fazer o transplante.
A pesquisa foi publicada nas versões eletrônicas de duas revistas cientificas americanas de hepatologia e transplante. A técnica está sendo usada também para avaliar o paciente depois da cirurgia e reduzir o risco de rejeição.
"Você seleciona melhor os fígados, você obtém por consequência fígados melhores e isso tem uma correlação positiva com a evolução dos pacientes no pós-operatório", avalia Orlando de Castro e Silva, coordenador do Programa de Transplante de Fígado do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
sábado, 15 de agosto de 2009
Novas espécies descobertas na Amazônia



Cientistas descobrem nova espécie de formiga na Amazônia



Além disso, eles identificaram diversos tipos diferentes de insetos e plantas, que ainda estão sendo analisados para se descobrir se são espécies novas ou não.Insetos em geral, como este homóptero, mostram uma grande diversidade, muitas vezes estranha e ainda pouco conhecida
"É muito cedo para saber quantas espécies novas nós encontramos", disse à BBC Brasil o biólogo Mario Cohn-Haft, do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA), que liderou a expedição.
"O que nós sabemos de cara é que encontramos um macaco novo, que vai ser descrito como uma subespécie por uma tecnicalidade taxonômica, mas que pode também ser considerado uma espécie nova. Ele foi avistado com outro macaco, quase certamente uma espécie nova, mas cujos dados não foram coletados."
"Além disso, foram encontradas na região pelo menos quatro espécies novas de aves." Os cientistas divulgaram imagens feitas durante as duas expedições, realizadas em abril e julho deste ano. As imagens da nova subespécie de macaco não foram reveladas, pois devem ser divulgadas apenas após a publicação de artigos científicos.
Segundo Cohn-Haft, a região do interflúvio Purus-Madeira é uma área de grande biodiversidade dentro da Amazônia, pois possui diversos tipos diferentes de ambientes - desde florestas, campos naturais não-florestais e regiões de bambus.
"Essa heterogeneidade (de ambientes) leva a uma biodiversidade muito grande, porque cada ambiente tem espécies novas. Além disso, há poucos estudos anteriores. É uma parte da Amazônia quase inexplorada."
O Projeto Geoma que promoveu as expedições é formado por entidades científicas de diversas áreas diferentes, entre elas o Inpa, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).
Além do financiamento do ministério de Ciência e Tecnologia do governo brasileiro, através da rede Geoma, os cientistas também fizeram parceria com a Petrobras, que cedeu um helicóptero para uso do projeto.
Menina que morreu em avião não tinha a nova gripe
Menina que morreu em avião não tinha a nova gripe
terça-feira, 11 de agosto de 2009
100 motivos para se orgulhar da ciência brasileira
Muito prazer. Queremos apresentar a você a elite da ciência brasileira: cem cientistas e instituições científicas fundamentais, do passado e do presente. Para comemorar a edição número 100 da SUPER — cem revistas dedicadas à aventura do conhecimento, desde a primeira, em outubro de 1987 —, decidimos homenagear esses brasileiros. São eles que carregam a lâmpada de Diógenes — a luz do conhecimento — com bom ou mau tempo. Você agora vai conhecê-los melhor. E se orgulhar deles.
Todo mundo sabe que não é fácil ser cientista no Brasil. Todo mundo sabe que falta dinheiro etc. Mas é incrível: os obstáculos estão aí para serem vencidos. Os cientistas brasileiros têm qualquer coisa de heróis. Além de talento e inteligência são homens de vontade de ferro.
Para listar o supertime que você vai ver nas próximas páginas, nós também precisamos de garra. Começamos consultando cientistas das mais diversas áreas. Eles nos mandaram listas dos melhores de sua disciplina. Confrontando as relações, consolidamos um conjunto de 160 nomes ilustres. Difícil, quase impossível, foi reduzir essa lista. Quando por fim chegamos aos cem, havíamos consultado 116 cientistas e mais bancos de dados, bibliotecas, jornais e revistas. Conversamos ou trocamos faxes com quase todos os escolhidos vivos, inclusive com o sociólogo que hoje é presidente da República e com o cardiologista que é ministro da Saúde. Uma trabalheira danada. Uma trabalheira em equipe: sete jornalistas e dois meses de pesquisa.
O resultado é esta seleção de cem homens, mulheres e instituições, distribuídos em treze disciplinas. Alguns desenvolvem trabalhos interdisciplinares mas figuram numa única disciplina apenas para efeito de simplificação.
Importante: esta não é nenhuma lista dos "cem mais", nem um ranking dos mais produtivos. É sobretudo uma homenagem aos cientistas brasileiros e a você, leitor, que nunca os viu reunidos. Você tem aqui mais do que uma lista: tem uma radiografia da ciência brasileira.
Uma radiografia, sim. Esta reportagem fez aflorar as opiniões dos gênios brasileiros sobre sua condição de pesquisadores. E revelou duas constantes. A primeira é a crítica à falta de apoio, de plano estratégico, de verbas e de investimento. A segunda, mais sutil, admite que a ciência nacional, à imagem da própria cultura brasileira, tem sido generosa em teorias e abstrações, porém é pouco prática. Seu desafio seria justamente avançar nas tecnologias aplicadas.
Acima das críticas, contudo, encontramos uma tremenda vontade de progredir. Com ou sem dinheiro. Os cientistas são como o país, que avança, apesar de tudo. Tem problemas, mas quer resolvê-los. E não pára de produzir.
A neurologista Nise da Silveira (AL, 1905) revolucionou o tratamento psiquiátrico de doentes mentais, recuperando suas expressões inconscientes por meio da pintura e da arte. Foi uma das primeiras a perceber que terapia ocupacional poderia virar método de tratamento. Em 1952, Nise fundou, no subúrbio de Engenho de Dentro, no Rio, o majestoso Museu das Imagens do Inconsciente, que hoje reúne 300 000 obras, todas realizadas por pacientes.
Além de bon vivant, Ivo Pitanguy (MG, 1926) é um gênio. Em qualquer canto do planeta onde exista faculdade de Medicina, suas técnicas de cirurgia plástica para mamas e abdome são obrigatórias. Seu livro Aesthetic Plastic Surgery of Head and Body (1981), tornou-se uma bíblia. Pitanguy criou o curso de pós-graduação em Cirurgia Plástica da PUC do Rio e já formou mais de 500 especialistas de várias nacionalidades.
Em 1968, Euryclides de Jesus Zerbini (SP, 1912 - 1993) tornou-se o sexto cardiologista do mundo a realizar um transplante de coração. Nos anos 40, nos Estados Unidos, aprendeu técnicas de cirurgia cardíaca quando ninguém operava o músculo vital. Em 1947, montou o primeiro grupo de cardiologistas do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Em 1975, inaugurou o Instituto do Coração.
O Instituto do Coracão, em São Paulo, é a vanguarda da cardiologia brasileira. Foi o primeiro a fazer implante de ventrículo esquerdo e já fez 10 000 transplantes de rins. Atualmente, desenvolve 98 projetos de pesquisa. O diretor, Fulvio Pileggi, vê progresso evidente na ciência brasileira: "O número de doutores formados pela pós-graduação é crescente e a produção brasileira em revistas internacionais dobrou em dez anos".
O professor Hilton Rocha (MG, 1911) criou em Belo Horizonte o maior centro oftalmológico da América Latina. O Instituto Hilton Rocha realiza 1 500 cirurgias oculares por mês e foi um dos primeiros a fazer transplante de córnea. Criou uma técnica inovadora para aproveitar partes de uma mesma córnea em dois pacientes. Para o diretor Paulo Gustavo Galvão, a pesquisa oftalmológica "avança para transplantar córneas de animais em pessoas".
O Hospital das Clínicas pertence à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e é o maior complexo hospitalar da América Latina. É uma usina de cientistas. Segundo o diretor-clínico, Irineu Tadeu Afonso, o prestígio da Faculdade depende do HC: "Quando não há vínculo como esse, não há também pesquisa médica nem produção de conhecimento, e a escola só pode vender conhecimentos tirados dos livros".
"Agora, que estou no Ministério da Saúde, me sobra pouco tempo para pesquisa", disse à SUPER o ministro Adib Jatene (AC, 1929), autor da primeira cirurgia de ponte de safena do Brasil e criador de técnica mundialmente consagrada para corrigir artérias transpostas em corações de bebês. "A ciência precisa muito de suporte técnico e financeiro", diz o ministro. "A USP gasta todo seu dinheiro em salário. Mas há perspectivas de melhora. A estabilização da economia e o desenvolvimento resolvem isso."
Há dois anos, Sílvia Brandalise (SP, 1944) descobriu um novo tipo de leucemia — a síndrome de Brandalise. Desde 1978, ela dirige o Centro Infantil de Investigação Hematológica Dr. Domingos Boldrini, em Campinas, que montou praticamente sozinha e transformou em instituição de referência mundial no tratamento do câncer infantil. "Hoje, tratamos de 5 000 crianças", conta. Ela acredita que algum dia o Brasil melhorará, embora "por ora, as evidências apontem no sentido contrário".
A cada dez minutos, os tapetes brancos da entrada do Hospital Sarah, em Brasília, são trocados, ritualmente, para sinalizar sua higiene impecável. A instituição é um centro de excelência em doenças motoras — e nada cobra por isso. Tem os melhores laboratórios de análise do movimento e de genética de doenças ósseas do país. Mais: constrói seus próprios equipamentos.Carlos Chagas (MG, 1879 - MG, 1934) descobriu em 1907 as causas, os sintomas e o meio de propagação do mal de Chagas, transmitido pelo mosquito barbeiro, que tem em seu intestino o protazoário Trypanosoma cruzi ("cruzi" em homenagem ao mestre Oswaldo Cruz). Viajou por territórios remotos do Brasil combatendo focos de epidemias e doenças. Provou que o sanitarismo básico melhoraria a saúde de todos.
Em 1904, Oswaldo Cruz (SP, 1872 - RJ, 1917) dirigiu o saneamento do Rio de Janeiro e enfrentou oposição intransigente contra a vacinação obrigatória antivaríola. A imprensa o chamava de "Oswaldo, o Rato" e "General Mata-Mosquitos". O povo não entendeu e se rebelou na famosa Revolta da Vacina. Mas a História lhe deu razão. Transformou o Instituto Soroterápico Federal (mais tarde, Instituto Oswaldo Cruz) na primeira instituição de pesquisa científica da saúde do país . Saneou a Baixada Santista. Formou a primeira geração de sanitaristas brasileiros.
Fundado em 1936 pelo filho de Carlos Chagas, o Instituto Evandro Chagas, em Belém, é uma referência mundial em doenças tropicais. Associado à universidades estrangeiras, realiza pesquisas sobre leishmaniose, hepatite, gripe, papilovírus e herpes. É um centro de excelência na Amazônia. "Acho que a ciência no Brasil só não está pior" — disse o diretor Jorge Fernando Travassos da Rosa à SUPER — "porque existe um grupo de cientistas abnegados, com objetivos claros, que, mesmo com poucos recursos, continuam trabalhando. Muitos já saíram do Brasil, mas alguns ficam, teimosamente".
Fundado em 1900, sob a direção de Oswaldo Cruz, o Instituto Soroterápico Federal mudou-se, em 1903, para um prédio novo, em estilo mourisco no subúrbio de Manguinhos, no Rio. Cinco anos depois virou Instituto Oswaldo Cruz.. É um dos maiores centros de investigação de doenças tropicais e biologia molecular do mundo. Transformado em Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em 1970, tem 1 693 pesquisadores e é o maior produtor brasileiro de vacinas contra febre amarela. Foi o primeiro a isolar o vírus HIV no Brasil. Para o diretor, Dr. Carlos Morel, o Brasil tem que investir em ciência: "ao contrário dos anos trinta, quando o aço e o petróleo eram estratégicos, o que interessa hoje é o conhecimento científico e tecnológico".
Construído na antiga Fazenda Butantan, em 1901, o Instituto Serumtherápico assumiu o nome do lugar em 1925. Hoje, o Instituto Butantan é o maior fabricante mundial de soro e o maior produtor de vacinas do Brasil: são 24,2 milhões de doses contra tétano, difteria, tuberculose, cólera e gripe. Tem 150 pesquisadores e faz pesquisa de base e aplicada, desde a vacina contra Hepatite B a analgésicos extraídos do veneno da cascavel. Sua coleção de animais peçonhentos é atração turística em São Paulo. O diretor Isaías Raw disse à SUPER que "uma das pesquisas mais importantes atualmente é uma nova vacina contra a coqueluche".
Depois de estudar na Europa e dirigir um hospital no Hawai, Adolfo Lutz (RJ, 1855-1940) assumiu, em 1893, a direção do Instituto Bacteriológico de São Paulo — que, em 1940, viraria Instituto Adolfo Lutz. Especialista em lepra, realizou trabalho pioneiro sobre os mecanismos de ação do cólera, da febre amarela, do tifo e da malária. Pesquisou entomologia médica e zoologia no Instituto Oswaldo Cruz, no Rio, e viajou pelo país todo investigando condições de saúde. Deixou extensa obra sobre doenças epidêmicas e endêmicas brasileiras.Vital Brazil (MG, 1865-1950) trabalhou no Instituto Bacteriológico de São Paulo, em 1891, ao lado de Adolfo Lutz. Em 1895, mudou-se para Botucatu, onde atendia muitos camponeses mordidos por cobras. Num laboratório improvisado descobriu que o soro antiofídico deveria ser específico: para cada espécie de cobra, um tipo de soro deve ser usado. Foi o primeiro diretor do Instituto Butantan e, em 1919, fundou o Instituto Vital Brazil, em Niterói, para produzir vacinas.Bóris Vargaftig (Buenos Aires, 1937, naturalizado) comanda uma equipe do Instituto Pasteur, em Paris, que investiga alergias respiratórias. Provou, em 1989, que a molécula PAF (sigla em inglês para "Fator Ativador de Plaqueta") desencadeia crises asmáticas. Se descobrir uma droga "antiPaf", a asma poderá ser controlada. Vargaftig disse à SUPER que, "no exterior, a ciência brasileira é vista como promissora. Em geral, ela é constituída por cientistas bem formados, mas carentes de uma política científica que dê apoio material coerente e constante".
Prêmio Javits de Investigação Científica do Congresso dos Estados Unidos em 1991, Édson Xavier de Albuquerque (PE, 1936) está na ponta das pesquisas mundiais sobre o mal de Alzheimer. Chefe de um sofisticado laboratório da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, promove pesquisas interdiciplinares de genética, oncologia, neurobiologia, farmacobiologia molecular, metabolismo hepático e toxicologia. Seu objetivo: deter o estrago da doença no cérebro.
Uma das maiores autoridades mundiais em malária, Luiz Hildebrando (SP, 1930) é chefe da Unidade de Parasitologia Experimental do Instituto Pasteur, em Paris. Há dez anos dedica-se à descoberta da vacina antimalária com a ajuda da Biologia Molecular e da Engenharia Genética. É bom que ela venha logo. Está havendo uma escala de incidência de malária no Brasil: são 120 000 novos casos por ano, a maior parte na Amazônia. Hildebrando é otimista: "Até o final do século teremos uma vacina eficaz contra a doença".
A vacina contra a malária também poderá surgir das pesquisas do casal Vitor (SP, 1928) e Ruth Nussenzveig (Áustria, 1828, naturalizada), na Universidade de Nova York. A dupla está nos Estados Unidos desde 1963. Um protótipo, feito com proteínas dos parasitas injetados no sangue pela mordida do mosquito infectado, já foi testado, com sucesso parcial. Outro protótipo começará a ser testada este ano. "A malária é a doença tropical que infecta mais gente no mundo: só crianças, são 1 milhão por ano", disseram à SUPER.
Estudando magnetismo, Sérgio Mascarenhas (1928, RJ) criou um novo método de datação arqueológica. Seu conceito de bioeletreto mostrou que as grandes moléculas orgânicas, como o DNA, têm pólos elétricos opostos nas extremidades. Fundador do Instituto de Física e Química da Universidade de São Carlos, acha que é preciso estimular novos talentos. "Devemos privilegiar os aspectos sociais da ciência, atraindo os jovens e dando-lhes condições de trabalhar", disse à SUPER.
O físico José Goldemberg (1928, RS) criou métodos para investigar as reações entre a luz e os núcleos atômicos e para calcular a forma desses núcleos. É um dos maiores especialistas brasileiros em energia, desde a produção até o consumo e as fontes alternativas. Foi reitor da USP e Ministro da Educação, em 1992, no governo Collor. Considera necessário investir mais em ciência. "Embora há cinco anos se fale em dobrar as verbas, elas continuam no patamar de 0,7% do PIB", disse à SUPER.Sérgio Machado Resende (1940, RJ) estudou as propriedades magnéticas de substâncias, demonstrando que o valor do campo magnético pode variar arbitrariamente, caracterizando um estado de caos. Em 1972 criou o primeiro grupo de Física na Universidade Federal de Pernambuco. Na sua opinião, a ciência brasileira está pronta para dar um grande salto: "Já está produzindo conhecimento em quantidade suficiente para empurrar o desenvolvimento tecnológico do país".
Não é pequena a contribuição de Oscar Sala (1922, Itália). Mas de tudo que fez, considera a ajuda à formação de novos pesquisadores o mais importante. "Acho que formei pelo menos 100, em meus cinqüenta anos de trabalho". Suas pesquisas com raios cósmicos foram decisivas para análises posteriores das partículas subatômicas. Instalou no Instituto de Física da USP o Péletron, um acelerador de partículas que quebra os núcleos dos átomos para que se possa descobrir sua composição.José Leite Lopes (1918, PE) desenvolveu idéias pioneiras sobre as forças que atuam nos núcleos atômicos. Em 1956, conseguiu estimar a massa das partículas que carregam tais forças, identificadas só nos anos 80. Professor da UFRJ e da Universidade Louis Pasteur, em Estrasburgo, França, acha que "existe um certo elitismo nos altos escalões do governo ligados à formulação da política científica. Eles deveriam voltar pelo menos um dos olhos para o ensino básico, que é ruim".
Em 1947, Cesare Lattes (1924, PR) participou da experiência que provou a existência dos mésons-pi, partículas do núcleo dos átomos, que deu o Prêmio Nobel da Física ao seu colega Cecil Powell. Em 1948, na Califórnia, produziu artificialmente mésons-pesados, desenvolvendo a física de partículas elementares. Em 1951, ajudou a criar um laboratório de raios cósmicos no pico de Chacaltaya, na Bolívia. Estimulou as vocações de gerações de físicos brasileiros. Aposentado pela Unicamp, vive em Campinas.
Manifestações da chamada força fraca, descoberta pelo físico italiano Enrico Fermi, eram observadas em diversos tipos de desintegração de partículas subatômicas. Junto com o americano John Wheeler, Jaime Tiomno (1920, RJ) provou que, em todos os casos, se tratava da interação fraca, uma das quatro forças fundamentais do Universo. Tiomno foi professor do Instituto de Física da USP e ajudou a reformar o Instituto de Física da Universidade de Brasília.Moyses Nussenzveig (1933, SP) explicou matematicamente o espalhamento de luz que constitui o arco-íris e a decomposição de cores próxima à sombra dos objetos que forma a auréola. Trabalhou para a Nasa, a agência espacial americana. Desenvolveu pinças óticas que utilizam luz de laser para manipular in vivo microestruturas biológicas. "É preciso dar mais atenção à Física experimental, mais atrasada do que a teórica, pois os equipamentos custam caro", disse à SUPERJacques Danon (SP,1924 - RJ, 1989) ajudou Irene Joliot-Curie a aprofundar as descobertas sobre radioatividade, em 1947, no Centro Nacional da Pesquisa Científica de Paris. Foi um dos especialistas que decifrou o Efeito Mössbauer, um tipo de emissão de luz pelo núcleo atômico de um metal. Publicou 170 trabalhos sobre radioquímica e eletroquímica. Dirigiu o Departamento de Química Nuclear do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.
Em 1938, quando era estagiário da Universidade de Cambridge, Marcelo Damy (1914, SP) aperfeiçoou o Contador Geiger, aparelho medidor de radiação, aumentando a velocidade do seu funcionamento 1 000 vezes, da escala de milissegundo para a de microssegundo. Em 1949, foi responsável pela construção do primeiro acelerador de partículas brasileiro, o Bétatron, no Instituto de Energia Atômica da USP, que ajudou a fundar. Foi presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Vive no Rio de Janeiro.Newton da Costa (PR, 1929) inventou a lógica paraconsistente, cuja característica é admitir informações contraditórias. Programas de computador, como os que fazem diagnóstico de doenças, usam essa lógica capaz de oferecer uma resposta correta mesmo a partir de informações contraditórias. Para o ex-professor do Instituto de Matemática e Estatística da USP, em algumas áreas o Brasil faz ciência de primeira linha. "Mas é preciso investir mais na educação, pois o nível cultural da população é baixo".
Por seu empenho em modernizar a Matemática, disseminando os conceitos avançados da sua época, Lélio Gama (RJ, 1892 - 1981) é reconhecido como um pioneiro. Realizou pesquisas avançadas sobre geometria e gravimetria. Fez o primeiro mapa do valor da força gravitacional das regiões brasileiras. Estudou o movimento do pólos e as flutuações do magnetismo terrestre. Foi diretor do Observatório Nacional e o primeiro diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA).
Ao estudar equações que descrevem superfícies geométricas, Maurício Peixoto (PE, 1921), também do IMPA, demonstrou uma propriedade importante delas: a estabilidade estrutural. É possível mudar uma equação sem que o resultado final se altere. Peixoto é otimista quanto à política científica do Brasil: "Não vejo necessidade de mudá-la, pois está funcionando esplendidamente. Aliás, todo o país vai bem", disse à SUPER.Jacob Pallis (MG, 1940), atual diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) do Rio de Janeiro, mostrou que as equações que descrevem sistemas dinâmicos como órbitas de planetas, são estáveis: se um planeta sai do rumo, tende a voltar a ele. O mesmo pode-se dizer das equações: se mudarmos uma de suas variáveis, mantêm os mesmos resultados. Segundo Pallis, "o Brasil tem tudo para dar um salto à frente, só não pode faltar apoio do governo".
Professor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e do IMPA, Leopoldo Nachbin (PE, 1922 - RJ, 1993) investigou métodos para modificar funções matemáticas, criando uma estrutura teórica que viabiliza cálculos numéricos complicados. Nela, uma função complexa é resolvida pela aproximação gradativa do resultado com o emprego de polinômios semelhantes à função, bem mais simples.Mário Schenberg (PE, 1916 - SP, 1990) estudou com Fermi e Pauli, na Europa. Descobriu o mecanismo de explosão das supernovas, mostrando, junto com o físico George Gamow, que elas jogavam energia fora na forma de neutrinos. Batizaram o efeito de "Urca", pela facilidade com que se perdia dinheiro no então Cassino da Urca, no Rio. Também estudou a evolução das estrelas e criou o critério Schenberg-Chandrasekhar para avaliar suas idades. Foi crítico de arte plásticas e deputado federal eleito em 1945.José Antonio de Oliveira Pacheco (SP, 1942), diretor do Observatório de Nice, na França, foi um dos primeiros a apontar que os raios cósmicos não têm origem extragaláctica, mas vêm da própria Via Láctea. Pacheco disse à SUPER que "as áreas em que o Brasil tem maior reputação são as biológicas. Mas a Física, hoje, começa a lidar com demandas brasileiras de aplicações práticas, como a óptica, as cerâmicas e o magnetismo. Com isso, vem obtendo destaque".Abrão de Moraes (SP, 1915 - SP, 1970) foi um dos criadores da Astronomia Brasileira. Professor de mecânica celeste, formou a primeira geração de astrônomos do país, dirigiu e dinamizou o Instituto Astronômico e Geofísico da USP. Em 1957, a partir da trajetória de satélites artificiais e das revelações russas sobre a viagem do satélite Sputnik, desenvolveu equações matemáticas para calcular a forma exata da Terra.
Em 1989, no Observatório Nacional do Rio, Luis Nicolacci (1950, RJ) chefiou uma equipe internacional que realizou o mais completo mapeamento do céu já feito. Localizaram 5 000 galáxias, até uma distância de 400 milhões de anos-luz. Suas pesquisas indicaram que há imensos vazios no Universo e locais onde as galáxias se agrupam. Na sua opinião, "a vida do cientista no Brasil é muito mais difícil do que deveria ser. Não há consciência do valor da ciência para a sociedade".João Steiner (1950, SC) ficou famoso, em 1980, ao consertar, em Nova Iorque, o telescópio orbital Einstein, da Nasa. Identificou boa parte dos quasares conhecidos na década de 80 e formulou a teoria de que mesmo as galáxias comuns têm um buraco negro no centro. Vice-diretor do Instituto Astronômico e Geofísico da USP, acha que o investimento em ciência no Brasil não precisa ser maior, "mas precisa ser mais regular". Além disso, "temos que dar atenção à parte experimental, pois nossa tradicão é voltada para o lado teórico".Giuseppe Cilento (Itália, 1923, naturalizado - SP, 1994), professor do Instituto de Química da USP e da Unicamp, teve reconhecimento internacional depois de produzir emissão de luz pelo excitamento químico de elétrons do sistema biológico. Sua descoberta mostrou que as células podem realizar processo fotoquímico sem aplicação de luz externa, a fotobiologia sem luz. Com essa descoberta pode-se, por exemplo, diferenciar o tipo de leucemia mielóide, antecipando seu tratamento específico.
Criar modelos que imitam células vivas para compreender de modo prático seu funcionamento é a empreitada do bioquímico Hernan Chaimovich (Chile, 1939, naturalizado), especialista em mecanismos de reação química dos sistemas biológicos. Chefe do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP (um dos mais produtivos do Brasil), acha que "no Brasíl o apoio à ciência é imprevisível. Falta uma visão estratégica de longo prazo. Não é uma questão de muita ou pouca grana, mas de levar a sério uma política científica".
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Cientistas descobrem novas espécies de plantas e de animais no Peru


Gordura boa
De acordo com os autores das pesquisas, que foram publicadas na revista Nature, as descobertas poderão ajudar a desenvolver novas terapias contra a obesidade.
Proteína morfogenética óssea 7
O grupo coordenado por Yu-Hua Tseng, do Centro de Diabetes Joslin, da Escola de Medicina Harvard, mostrou que a proteína morfogenética óssea 7 (BMP7, na sigla em inglês) - conhecida por seu papel na indução do crescimento dos ossos - também pode promover a formação de gordura marrom.
Já Bruce Spiegelman, do Instituto do Câncer Dana-Farber, também nos Estados Unidos, e colegas revelaram que o gene PRDM16 regula a transformação de células em músculos ou gordura marrom. A ausência do gene leva a célula a se tornar músculo, enquanto o seu excesso faz com que ela se torne gordura marrom. Enquanto isso, a gordura branca se forma a partir de um tipo celular distinto.
Caminho para combater a obesidade
A revista publicou ainda comentário de Barbara Cannon e Jan Nedergaard, da Universidade de Estocolmo, Suécia, sobre os trabalhos. "Os dois estudos nos aproximam mais um passo do objetivo de promover a linhagem de gordura marrom como potencial caminho para combater a obesidade", destacaram.
Na pesquisa realizada pelo grupo de Tseng, os cientistas identificaram, em testes laboratoriais com camundongos, que a proteína BMP7 leva células precursoras a originar células de gordura marrom maduras.
"Enquanto as células de gordura branca correspondem à forma 'convencional' de gordura, cuja função é armazenar energia, a gordura marrom tem o papel de queimar calorias ao gerar calor corporal. Essas células de gordura marrom desaparecem, em sua maioria, do corpo de humanos adultos, mas suas precursoras permanecem no corpo", explicou Tseng.
Genes que controlam a criação de gordura
Em 2005, uma pesquisa do mesmo grupo levou à descoberta de genes que controlam a criação de células precursoras de gordura marrom. Outro trabalho mais recente localizou grupos de células de gordura marrom dispersos entre fibras musculares de camundongos.
O estudo atual identificou a BMP7 como a proteína capaz de induzir a formação e função das células de gordura marrom. Ao introduzir a proteína em camundongos, usando um adenovírus como vetor, os cientistas observaram um aumento do desenvolvimento dessa gordura. Em outro experimento, os camundongos que desenvolveram mais gordura marrom ganharam menos peso que os outros.
De acordo com os cientistas, o trabalho promoveu avanço em uma questão fundamental: saber o que controla o desenvolvimento de depósitos de gordura. Os autores concluíram que diferentes membros da família de proteínas BMP, que regulam a formação de órgãos durante o desenvolvimento embrionário, determinam a formação de gordura marrom ou branca.
Transformando músculos em gordura
A pesquisa feita por Spiegelman e colaboradores mostrou que o já conhecido gene PRDM16 regula a criação de gordura marrom a partir de células musculares imaturas. O trabalho também determinou que o processo é uma rua de mão dupla: "desligar" o PRDM16 nas células de gordura marrom pode convertê-las em células musculares. No entanto, essa reversão não tem aplicações práticas.
Segundo Spiegelman, a principal surpresa é que as células precursoras de músculos, conhecidas como "células-satélite", são capazes de originar as células de gordura marrom sob o controle do PRDM16.
"O estudo confirma que o PRDM16 é o regulador-mestre do desenvolvimento de gordura marrom. Isso levará a prosseguir com a pesquisa para descobrir se drogas que estimulam o PRDM16 em camundongos - e potencialmente em humanos - podem converter gordura branca em gordura marrom, a fim de tratar a obesidade", afirmou.
Outra estratégia, segundo ele, poderia ser o transplante de células de gordura marrom em pessoas com sobrepeso, a fim de desencadear o processo de queima de calorias. "Temos uma evidência convincente de que o PRDM16 pode transformar outras células em gordura marrom", disse.
Cientistas descobrem nova subespécie de sagui na Amazônia

Cientistas descobrem primeira ave canora asiática em um século
Cientistas da WCS e da Universidade de Melbourne, que encontraram a ave, disseram que se trata do único exemplar de uma ave canora calva na Ásia continental, a primeira de uma nova espécie de bulbul - uma família com cerca de 130 espécies - a ser descoberta na Ásia em mais de cem anos.
O pássaro foi apelidado de "bulbul-de-cara-lisa", devido à ausência de plumas na face e em parte da cabeça.
De acordo com os cientistas, o animal visto tem o tamanho de um sabiá, é verde-oliva com o peito claro, o rosto rosado e sem plumas, mas com a pele azulada em torno dos olhos e até o bico, e uma estreita linha de plumas semelhantes a cabelos descendo desde o topo da cabeça.
"É sempre excitante descobrir uma nova espécie, mas esta foi especialmente ímpar porque é a única ave canora calva da Ásia", disse nota assinada por Colin Poole, diretor de programas asiáticos da WCS
O pássaro parece habitar principalmente árvores, e foi achado em uma área de escassa cobertura florestal nos afloramentos rochosos da província de Savannakhet - uma área pouco visitada, mas conhecida por inusitadas descobertas relativas à vida selvagem.
"Sua aparente restrição a um habitat bastante inóspito ajuda a explicar por que uma ave tão extraordinária, com hábitos tão óbvios e um canto distinto passou tanto tempo despercebida", disse Iain Woxvold, da Universidade de Melbourne. Na mesma área, há vários anos, os cientistas descobriram uma nova espécie de roedor, chamado khan-nyou, e um coelho listrado.
A descrição da nova espécie de aves foi publicada na edição de julho da revista Forktail, do Clube Oriental das Aves.
domingo, 9 de agosto de 2009
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A pintura em cerâmica Tupiguarani
Quando Pedro Álvares Cabral desembarcou no Brasil, a maior parte do litoral, do Nordeste até o rio da Prata, entre o Uruguai e a Argentina, era ocupada por populações indígenas que falavam línguas tupi (desde a área onde se situa hoje o estado de São Paulo até o atual Maranhão) e guarani (do atual Paraná até o norte da Argentina). Essas línguas eram aparentadas (como o são entre si o espanhol e o português) e as culturas dos seus falantes bastante parecidas.
Os primeiros cronistas – particularmente os protagonistas das lutas entre franceses e portugueses pelo controle da baía de Guanabara – fornecem preciosas informações sobre essas numerosas tribos. Mencionam, entre outras coisas, que as mulheres produziam e decoravam os potes de barro. Essas tribos foram logo dizimadas pelas doenças trazidas pelos europeus e pelas guerras coloniais, e no século 17 tinham desaparecido quase que por completo do litoral central e nordestino.
No final do século 19, os amadores de antiguidades brasileiros e os organizadores dos primeiros grandes museus, como Ladislau de Souza Mello Netto (1828-1894), já tinham identificado como tupi os potes pintados encontrados no litoral de Rio de Janeiro. Mas essas vasilhas estavam mal preservadas, e as cerâmicas então recém-descobertas na ilha de Marajó, no Pará, que se supunha influenciadas por imigrantes europeus supostamente chegados durante a Antiguidade, atraíram toda a atenção dos pesquisadores. Até o final do segundo terço do século 20, apenas o historiador e folclorista Carlos Ott publicou o desenho simplificado de algumas vasilhas encontradas na Bahia.
No final dos anos 60, os pesquisadores do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas (Pronapa), dirigido pelos arqueólogos norte-americanos Betty Meggers e Clifford Evans (1920-1981), encontraram numerosos sítios onde apareciam restos de cerâmica decorada, alguns com traços vermelhos ou pretos pintados sobre fundo branco. Tais manifestações foram reunidas sob o nome ‘Tradição Tupiguarani’ – Tupiguarani em uma só palavra, indicando tratar-se de um conceito arqueológico que não corresponde obrigatoriamente aos povos falantes das línguas tupi-guarani (com hífen), embora se supusesse que os autores das peças fossem, ao menos em parte, ancestrais desses povos. As datações radiocarbônicas apontavam que os artefatos teriam entre 1.500 e 500 anos.
Como os sítios estavam em geral muito destruídos, os cacos eram pequenos e os desenhos pouco legíveis. Além disso, o Pronapa, por visar apenas a levantamentos extensivos, não previa análise intensiva de sítios nem grande escavações, que talvez tivessem permitido encontrar locais ainda intactos e materiais bem conservados. Arqueólogos influenciados por perspectivas francesas, como Maria Beltrão, Luciana Pallestrini, Lina Kneip (....-2002), Sílvia Maranca e José Luiz de Morais, chegaram a escavar estruturas de habitações, mas não se interessaram especialmente pela cerâmica.
Dessa forma, e apesar de um artigo seminal do etnólogo Desidério Aytai (1905-1998) que não chegou ao conhecimento da maioria dos arqueólogos, não se tentou um estudo sistemático das formas decorativas, embora importantes trabalhos de síntese tenham sido realizados pelos arqueólogos José P. Brochado e Maria Cristina M. Scatamacchia sobre a difusão da cultura Tupiguarani e as formas das vasilhas, assim como uma nota da arqueóloga Fernanda B. Tocchetto sobre uma possível relação entre motivos geométricos e mitologias guarani.
Em 2000, a Missão Arqueológica Francesa e o Setor de Arqueologia da Universidade Federal de Minas Gerais decidiram iniciar um programa de estudo da cultura Tupiguarani no estado, em colaboração com a equipe que iniciava um programa de resgate arqueológico no vale do rio Doce, entre os municípios de Resplendor e Aimorés, onde um consórcio encabeçado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) construía uma represa. A reunião de recursos de origem privada com um projeto científico tornava possível realizar um programa que unisse interesses econômicos e culturais (resgate do patrimônio cultural imposto pela lei) e acadêmicos (os trabalhos não visariam apenas a simples recuperação do material, mas seriam também direcionados por questões inerentes à pesquisa científica, como organização interna dos sítios, interpretações sociológicas, análises funcionais e estilísticas dos vestígios materiais e outras.
Estávamos inicialmente interessados em estudar as modalidades de ocupação do espaço pelas populações tupi-guarani em áreas-teste (em algumas microrregiões de Minas Gerais) e a organização interna das aldeias (cuja estrutura estivesse mais bem preservada). No entanto, o salvamento – pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, em Conceição dos Ouros (MG) – de uma vasilha intacta com extraordinária decoração nos levou a abrir uma nova linha de estudo sobre as decorações pintadas sobre cerâmica e a visitar os museus e coleções antigas espalhados entre Natal (RN) e Porto Alegre (RS), onde abundam cacos pintados e vasilhas com traços quase apagados.
Aos poucos, envolvemos um grande número de arqueólogos em uma pesquisa sistemática sobre a cultura Tupiguarani no Brasil inteiro. Arqueólogos, químicos, físicos, etnólogos e até técnicos da polícia científica – ligados a 20 instituições brasileiras, argentinas e uruguaias – aceitaram colaborar, de forma inédita, na preparação de uma obra coletiva, que deve fazer um balanço dos conhecimentos e abrir novas perspectivas.
Este artigo apresenta um dos pontos da cultura tupiguarani cujo estudo ficou sob nossa responsabilidade.